segunda-feira, janeiro 12, 2015

Paris e o "aftermath"

Como sou optimista, talvez até ingénuo, acho que a nível oficial nada de essencial irá mudar em questões como as liberdades e o controlo de fronteiras após os atentados de Paris, isto depois de alguns desabafos mais ou menos securitários e de alguma retórica de circunstância destinados a satisfazer as emoções de momento e minimizar a capacidade de atracção dos diversos populismos e da extrema direita europeia. Em minha opinião (sou optimista, repito), tudo se irá limitar - e ainda bem - a uma melhoria da eficácia e colaboração entre os vários serviços de informação - que falharam redondamente neste caso - e a algumas medidas acrescidas de controlo que não afectarão no essencial a liberdade de circulação no espaço Schengen.  Por grande apego das actuais lideranças europeias à tolerância e às liberdades? Por crença profunda das mesmas na necessidade de mudanças na atitude e atenção dos governos face às minorias étnicas? Por concluírem da necessidade de moderação ou mesmo de mudança nas políticas económicas actualmente dominantes? Infelizmente (e vamos lá temperar o optimismo com algum realismo) não me parece. Mais porque a liberdade e facilidade de circulação são hoje em dia um pilar importante no funcionamento da economia europeia (e ainda bem que assim é) e as políticas securitárias custam o muito dinheiro que, para além da mais do que duvidosa relação custo/benefício, ninguém está verdadeiramente disposto a pagar. Antes assim.

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