quinta-feira, janeiro 29, 2015

E entretanto a Grécia?

E entretanto a Grécia? Bom, o Syriza e a Alemanha marcam cada um o seu território: de um lado, numa estratégia de "front loading", Tsipras aprova uma série de medidas desafiadoras e "pisca o olho" a Putin, colocando a política e a geo-estratégia no centro do problema e, do outro, a Alemanha, por ela própria ou através de terceiros que lhe são fiéis, vai avisando um pouco ao estilo "ou se portam bem ou vou-me a eles". Diria, sem ofensa para nenhum dos citados, estarmos perante um processo de negociação clássico, embora um pouco ao estilo regateiro (ou" marroquino", se quisermos), cada um jogando as armas que tem e não hesitando no "bluff". 

Para o PS e para António Costa é que me parece uma situação desconfortável: devem e têm de se distanciar do Syriza, pelas suas diferenças ideológicas, estatuto enquanto partidos e prevendo as coisas na Grécia possam correr mal e marcar as habituais distâncias face ao actual governo luso/germânico de Passos Coelho e à estratégia europeia que conduziu a social democracia a uma crise. De qualquer modo, ao PS (e, já agora, também aos europeus que ainda não perderam completamente o juízo) só convém mesmo tudo se vá resolvendo na Grécia com compromissos e uma solução negociada e equilibrada: com quaisquer outras, mais drásticas ou extremadas, vitórias retumbantes de um ou outro dos lados (Syriza e Alemanha), o PS só pode perder o seu espaço e a Europa seguir por maus caminhos.

2 comentários:

Anónimo disse...

A questão, mais profunda é se será desta que o euro "estoira", ou se os gregos são mesmo "obrigados" a sair do euro.
Antevejo tempos complicados, dentro de um mês.

Cumprimentos

JC disse...

Não me parece que qq dessas opções extremadas venha a acontecer.
Cumprimentos