Quando, nos dias seguintes à tomada de decisão sobre a privatização da EDP, resolvi trocar umas impressões sobre o assunto com pessoas da geração a seguir à minha (agora nos trinta e tais) e que se interessam por este tipo de assuntos, amigos e familiares com formação e actividade nos negócios e gestão, o racional que me era apresentado incluía, invariavelmente, apenas argumentos de natureza económica e financeira, estando ausente qualquer pensamento político, mesmo que pouco estruturado, sobre o assunto. Não deixei, claro, de estabelecer o contraste com a minha própria geração, onde as questões de ordem política, mesmo em gente com formação na mesma área, teriam assumido, certamente, um carácter bem mais vincado. Mau sinal dos tempos, e de uma geração que nasceu e cresceu de costas voltadas para a política. Culpa da minha geração, provavelmente, mas cumpre-me pensar que "não há mal que sempre dure"...
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