O facto da resistência contra a eliminação do feriado de 1 de Dezembro vir essencialmente de sectores monárquicos e de D. Duarte Pio de Bragança, lui même, é bem demonstrativo do carácter da revolução de 1640: mais do que uma sublevação de carácter nacionalista, valor ainda praticamente desconhecido na altura, tratou-se fundamentalmente de uma revolta da aristocracia portuguesa contra o domínio da muito mais poderosa grande aristocracia espanhola e a oportunidade dos Bragança assumirem um trono (embora conjunturalmente empurrados para tal) ao qual desde há mais de um século muito aspiravam. Por alguma razão, foi a partir do século XIX, época por excelência de afirmação dos nacionalismos, que a comemoração do 1º de Dezembro assumiu maior importância.
Nota: continuo a considerar que o 1º de Dezembro e o 5 de Outubro deveriam ser substituídos pelo 24 de Julho (1833), dia da vitória liberal contra o absolutismo miguelista, como feriado nacional.
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