Peço imensa desculpa a muitos comentadores, mas não consigo avaliar a actividade dos primeiros seis meses do governo apenas na base de questões de curto-prazo, do "cumpriram ou não o seu programa", estão a implementar ou não as medidas acordadas com a "troika"", "conseguem ou não cumprir as metas do "déficit", "estão ou não a realizar as reformas estruturais com as quais se comprometeram", etc. São questões relevantes, sem dúvida, e que merecem análise. Mas nenhuma delas ou o seu conjunto são a questão-chave, estrutural. Esta será "o governo tem uma alternativa àquele que parece ser o seu programa estratégico de "empobrecimento dos portugueses"? De apelo descarado à emigração? De degradação do estado social? (embora reconheça existem reajustes necessários a fazer). De ausência de apoio e financiamento ao empreendorismo e inovação empresariais? De desvalorização do factor trabalho? No fundo, o governo tem alguma estratégia que permita ao país, a prazo, aproximar-se das democracias mais desenvolvidas e dos países mais civilizados da UE e do mundo? Que permita aos seus cidadãos desenvolverem as suas capacidades e acederem a uma vida mais livre e digna? Pois... não me parece a tenha nem que tal coisa constitua a sua principal preocupação.
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