segunda-feira, janeiro 20, 2014

O SLB sem Cardozo.

É evidente que com Cardozo o SLB tem recurso a um jogador-extra, diferente de todos os outros do plantel e que por isso mesmo possibilita soluções diferentes nos seus processos atacantes, bastante eficazes em algumas situações. Mas, em contrapartida, embora possibilitando essas soluções extra, a utilização de um jogador como Cardozo condiciona também, de alguma forma, o jogo colectivo da equipa. Nada disto me parece ser novidade mas, olhando para este último conjunto de jogos sem o paraguaio, que mudou no SLB?
  1. A equipa tornou-se mais compacta, com os jogadores mais perto uns dos outros, mais eficaz, portanto, na "pressão alta" e nas transições defensivas. Para se entender melhor o que digo, um dos segredos do Barça (e digo isto não gostando daquele futebol soporífero) nos seus processos defensivos é o bloco compacto permitido pelo facto de os jogadores jogarem sempre muito juntos.
  2. A equipa, não abdicando do seu modelo de transições rápidas, melhorou a posse e circulação de bola, principalmente nas zonas avançadas do terreno, e conseguimos vê-la agora a jogar em "carrocel" nesses terrenos sem demasiado desconforto.
  3. Com jogadores mais móveis - ou sem um jogador muito fixo, como é Cardozo - a equipa consegue que os seus jogadores mais avançados no terreno (Gaitán, Rodrigo, Lima e Markovic) troquem constantemente de posições, aparecendo com frequência Lima e Rodrigo (mais este) nas alas e Gaitán e Markovic (mais este) no centro, potenciando as suas características e baralhando as marcações contrárias.
  4. Mais ainda, a não existência de um "pivot" de área e a tendência de Markovic e Rodrigo para recuarem e partirem "de trás", embalados, permite à equipa só aparentemente jogar com dois médios (Antes Matic; agora Fejsa e Enzo Perez). De facto, o recuo de um ou mais elementos do sector avançado (normalmente Markovic, Rodrigo ou Gaitán) possibilita à equipa preencher bastante melhor o meio-campo embora, teoricamente, continue apenas a jogar com os dois médios do costume.
Nota extra final: a inteligência de jogo de Enzo Perez é fantástica: raramente erra um passe ou perde uma bola; opta na grande maioria das vezes pela melhor solução; e oferece sempre uma linha de passe segura aos companheiros. Digamos que a equipa encontrou aquilo que se pode chamar um "desequilibrador colectivo". Um achado!

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