Tive um sonho! Até aqui nada de novo, até porque toda a gente sonha e alguns o confessam. Penso, mesmo, que depois de Martin Luther King toda a gente sonha ainda mais e, o que é pior, o passou a confessar. Questão de moda ou, mais propriamente, de sound byte. Por vezes, mente, já a coisa passou a ser bem vista e a dar um ar de "mensageiro do destino" a quem o anuncia! Um cliché, essa do sonho... Mas eu sonhei! Ou melhor, minto ao dizer que sonhei porque me dá jeito, porque assim lá tenho matéria para um post mais “entretido”, como dizia o treinador “Quinito”. E o que é que eu sonhei? Pois sonhei acordado, hoje de manhã, quando ouvi quase todo o debate (?) final sobre o OE 2007 (masoquista, eu?). Sonhei que o Ministro da Finanças fazia uma apresentação do orçamento em powerpoint aos deputados e que estes iam colocando questões pertinentes sobre o que lhes era mostrado. Mais ainda, sonhei que muitos dos mapas e slides faziam parte de um conjunto cuja apresentação era obrigatória em todos os OE’s, conjunto esse aprovado pela AR há já alguns anos, podendo o governo juntar alguns mais que tivesse por convenientes e demonstrativos e a oposição pedir a apresentação de um número necessariamente limitado de outros. E, claro está, que cada ministro faria o mesmo para a sua área de responsabilidade, para cada ministério, ficando depois responsável pelo seu cumprimento, não só na globalidade como também nas suas várias rubricas. Ah! e que cada alteração significativa, movimento entre rubricas principais ou variação acima de uma determinada percentagem obrigaria, primeiro, a uma justificação e, ao persistir, a uma nova autorização da câmara. Pronto, não sou nenhum Martin Luther King, mas foi isto que eu sonhei e não vejo mal algum nisso, caramba.
1 comentário:
Esse sonho seria o transformar de uma assembleia de retórica e argumentação, em sérios e honestos burocratas. Será que não poderíamos ter o melhor dos dois mundos?
Perderíamos o "encanto" do discurso inflamado para ganhar na utilização das comparações homólogas e nas estimativas baseadas em estudos previsionais. As percentagens dominariam o discurso em vez dos adjectivos qualificativos.
Não sei, sinceramente, o que seria melhor.
Lembro-me que o meu livro de Economia Nacional, onde estudávamos as Contas Nacionais que todos os anos são elaboradas, começava assim: "Há 3 tipos de mentiras: as mentiras inofensivas, as mentiras graves e as Estatísticas".
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