É meia noite e meia. Entre as alheiras e os grelos da Drª Fátima (foi ela que os mencionou), a senhora técnica de informática dos SMAS de Loures que quer saber quanto ganha o ministro, o senhor merceeiro de, salvo erro, Penafiel - ou outro Penafiel qualquer -, que, para além de achar que tem um papel muito importante no escoamento da pequena produção do sector primário, está preocupado com o pagamento especial por conta, ou seja, com o seu próprio umbigo, e o senhor que tem cinco filhos e não sei quê dos divórcios, se faz o “Prós e Contras”. O Ministro responde (coitado, nada pior para quem tem, obrigatoriamente, de desenvolver um pensamento geral e abstracto do que ser colocado perante questões particulares e comezinhas) e Daniel Bessa, Medina Carreira e Octávio Teixeira estão calados. No caso de os dois primeiros, sorte a deles; no caso do último, sorte a nossa!
Um quarto para a uma. Resisto. Octávio Teixeira ataca com a Banca (olha a novidade!), como se isso resolvesse o assunto, e o ministro não pode explicar a importância de um sector financeiro competitivo, não é popular. Intervalo de cinco minutos: “os cavalheiros levam as damas ao bufete” e eu vou à cozinha ver o que há, pois o jantar já lá vai há quase cinco horas. Morangos e uvas, que, pelo “ar”, parecem mais do “Pão de Açucar” das Amoreiras ou do “Modelo” ali da esquina do que da mercearia de Penafiel, resolvem o problema.
Uma e dez. Depois de uma conversa, um pouco esotérica para a esmagadora maioria dos cidadãos, sobre hipotecas e créditos, finalmente a Drª Fátima questiona sobre os comentários da Comissão Europeia ao plano de redução do déficit público. Azar: questiona a pessoa errada, Daniel Bessa e não o ministro, e mesmo assim à vol d’oiseau. Ficamos, pois, sem saber se este tenciona apresentar um plano de resposta com medidas correctoras e quais, que era o que realmente interessava saber. O resto do programa arrasta-se, sem nada de interesse, e até o habitualmente acutilante e bem preparado Medina Carreira se deixa enredar numa teia sobre a justiça , pertinente mas ali deslocada. Felizmente, ouvi-o e a Silva Lopes sobre o orçamento, nos últimos dias, ou nas últimas duas semanas
Vinte para as duas e o programa acaba. Uma noitada que, como diria JPP, é simultaneamente sintoma e elemento potenciador do nosso atraso. Se o disser, tem toda a razão.
P.S. (de post scriptum, pois claro): gostava de ver o PCP ou o “Bloco” apresentarem um orçamento de estado alternativo, a cinco ou dez anos... Aceitam o desafio?
Um quarto para a uma. Resisto. Octávio Teixeira ataca com a Banca (olha a novidade!), como se isso resolvesse o assunto, e o ministro não pode explicar a importância de um sector financeiro competitivo, não é popular. Intervalo de cinco minutos: “os cavalheiros levam as damas ao bufete” e eu vou à cozinha ver o que há, pois o jantar já lá vai há quase cinco horas. Morangos e uvas, que, pelo “ar”, parecem mais do “Pão de Açucar” das Amoreiras ou do “Modelo” ali da esquina do que da mercearia de Penafiel, resolvem o problema.
Uma e dez. Depois de uma conversa, um pouco esotérica para a esmagadora maioria dos cidadãos, sobre hipotecas e créditos, finalmente a Drª Fátima questiona sobre os comentários da Comissão Europeia ao plano de redução do déficit público. Azar: questiona a pessoa errada, Daniel Bessa e não o ministro, e mesmo assim à vol d’oiseau. Ficamos, pois, sem saber se este tenciona apresentar um plano de resposta com medidas correctoras e quais, que era o que realmente interessava saber. O resto do programa arrasta-se, sem nada de interesse, e até o habitualmente acutilante e bem preparado Medina Carreira se deixa enredar numa teia sobre a justiça , pertinente mas ali deslocada. Felizmente, ouvi-o e a Silva Lopes sobre o orçamento, nos últimos dias, ou nas últimas duas semanas
Vinte para as duas e o programa acaba. Uma noitada que, como diria JPP, é simultaneamente sintoma e elemento potenciador do nosso atraso. Se o disser, tem toda a razão.
P.S. (de post scriptum, pois claro): gostava de ver o PCP ou o “Bloco” apresentarem um orçamento de estado alternativo, a cinco ou dez anos... Aceitam o desafio?
Sem comentários:
Enviar um comentário