Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
segunda-feira, novembro 27, 2006
A Televisão e o longo braço do Estado
Portugal do "Estado Novo" (7)
Professor: Graças Vos damos, Senhor,
Todos: por todos os benefícios que nos tendes concedido. Ámen.
Professor: Abençoai, Senhor,
Todos: a Vossa Igreja, a nossa Pátria, os nossos Governantes, as nossas famílias e todas as escolas de Portugal. Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Ámen.
sábado, novembro 25, 2006
"Prime Suspect"
sexta-feira, novembro 24, 2006
Portugal do "Estado Novo" (6)
Professor: Jesus, divino Mestre,
Todos: iluminai a minha inteligência, dirigi a minha vontade, purificai o meu coração, para que eu seja sempre cristão fiel a Deus e cidadão útil à Pátria.
Todos: Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória.
O PCP e a deputada Luisa Mesquita
Tentar reproduzir esse mundo e essa organização no século XXI não faz qualquer sentido, e entra mesmo em contradição com personalidades moldadas por e num mundo que não é mais esse mas o da diferença, da singularização, da imaginação e da criatividade. Do indivíduo, enfim.
O caso da deputada Luísa Mesquita (e de Odete Santos?) parece-me, pois, reflexo dessa mesma contradição, dessa luta entre uma personalidade moldada já num tempo e num meio diferentes daquele que ainda configura o primado do colectivo do PCP, do ex-operário Jerónimo de Sousa. Mais do que uma divergência política ou de ideias, ou ideais, é uma afirmação de individualismo rebelde, que se saúda.
História(s) da Música Popular (18)
Portugal do "Estado Novo" (5)
O Fernando vai ao colégio e tem de passar em ruas e praças onde se cruzam automóveis.
- Cautela, Fernandinho! Vai sempre com atenção.
O menino às vezes é distraído e não pensa no perigo. Mas a mãe, que ficou em casa a trabalhar, nunca se esquece do filho e vai pedindo ao Anjo da Guarda que o acompanhe:
- Anjo da Guarda, livrai o meu menino de todos os perigos. Velai por ele!»
quinta-feira, novembro 23, 2006
"Vírus"
segunda-feira, novembro 20, 2006
A "Caixa" e Scolari.
- Era uma campanha de publicidade desta magnitude, efectivamente, o movimento necessário, neste momento, da empresa no mercado?
- Qual o seu objectivo estratégico?
- Como compara com o investimento da concorrência?
- Foram consideradas alternativas e analisados vários cenários?
- Foram estabelecidos objectivos quantificáveis?
- O conceito e a campanha foram pré-testados?
- Foi efectuado um planeamento de “meios” optimizado?
- Será efectuado tracking para analisar o impacto da campanha na marca e no mercado?
Ficam estas perguntas, poderíamos acrescentar outras. Colocar o ênfase no montante total investido é talvez popular (ou “populista”), eficaz como sound byte, mas passa ao lado do essencial e poderá ser facilmente desmontado enquanto argumento.
Portugal do "Estado Novo" (4)
É Deus quem nos manda respeitar os superiores e obedecer às autoridades.»
As Capas de Cândido Costa Pinto (17)
"Virose"
sexta-feira, novembro 17, 2006
Aníbal Cavaco Silva na SIC
Portugal do "Estado Novo" (3)
- É um pobre, minha mãe, um pobrezinho a pedir esmola.
A mãe veio logo com um prato de sopa e deu-o ao pobre. Depois, voltou para a sala de costura e deixou o filho a fazer companhia ao mendigo. Este, quando acabou de comer, disse por despedida:
- Deus faça bem a quem bem faz!
O menino ficou comovido: - Que pena tive do pobrezinho!
- E é caso para isso, respondeu a mãe. Os pobres são nossos irmãos. Devemos fazer-lhes todo o bem que pudermos. Jesus ensinou que até um copo de água, dado aos pobres por caridade, terá grande prémio no céu.»
quinta-feira, novembro 16, 2006
Anúncio
- Idade entre os 20 e os 30 anos.
- Capacidade comprovada para valer pelo menos um golo por jogo contra equipas como o Azerbaijão, Cazaquistão, Arménia e outras similares.
- Possibilidade de ganhar pelo menos uma bola por jogo em luta contra os "centrais" adversários, especialmente no jogo aéreo.
- Concentração competitiva e técnica de remate suficientes para não acertar sistematicamente no guarda redes adversário de cada vez que se encontra isolado.
- Coragem para jogar na área e rematar à baliza em qualquer situação sem medo das entradas dos adversários.
Oferece-se:
- Integração em equipa ganhadora com provas dadas em competições internacionais.
- Direcção de um dos mais conceituados técnicos mundiais.
- Possibilidade de jogar com alguns dos melhores jogadores do mundo, principalmente na assistência a "pontas de lança".
- Prémios aliciantes e divulgação da sua actuação através das maiores cadeias de televisão mundiais.
- Entrada imediata e titularidade assegurada caso cumpra estes requisitos.
Resposta a este blog ou directamente à Federação Portuguesa de Futebol, c/o Luis Filipe Scolari: Rua Alexandre Herculano, Nº 58 1250-012 Lisboa - Portugal . Telefone: 351 214 254 439.
O Tribunal Constitucional e o aborto.
História(s) da Música Popular (17)
Portugal do "Estado Novo" (2)
A sopa cheirava que era um regalo; e todos nós estávamos satisfeitos, ao ver os pobrezinhos matar a fome.
O filho do carpinteiro, a quem eu às vezes dava da minha merenda, de vez em quando ria-se para nós, como que a dizer:
- Está óptima, a sopinha!
Perguntei à senhora professora quem tinha feito tanto bem à nossa escola e ela respondeu-me:
- Foi o Estado Novo que gosta muito das crianças e para elas tem mandado fazer escolas e cantinas, creches e parques. Mas as famílias que possam também devem ajudar. Não te esqueças de o dizer à tua mãe.»
A imprensa desportiva.
quarta-feira, novembro 15, 2006
Publicidade certeira!
Portugal do "Estado Novo" (1)
Emilita é muito esperta e desembaraçada, e gosta de ajudar a mãe.
- Minha mãe: já sei varrer a cozinha, arrumar as cadeiras e limpar o pó. Deixe-me pôr hoje a mesa para o jantar.
- Está bem, minha filha. Quando fores grande, hás-de ser boa dona de casa.»
Mª de Lurdes Rodrigues "asneirou"
Mas vejamos um pouco mais fundo. Não me custa aceitar ver um professor com "horário zero" a tratar eficazmente da gestão da biblioteca. Basta saber ler e escrever – e presumo eles saibam – ter um cérebro mediano e ser razoavelmente expedito com um computador (o que nem sempre será verdade, mas enfim). Já me parece bem mais complicado ver um professor, mesmo com uma licenciatura em engenharia, a superintender eficazmente a gestão de edifícios, um licenciado em direito a prestar apoio jurídico e por aí fora. São lugares que requerem experiência e conhecimentos técnicos que vão algo para além da respectiva licenciatura (às vezes, sabe-se lá por que Universidade) e que serão certamente bem melhor preenchidos por técnicos competentes ou por empresas em regime de outsourcing. Acresce que uma parte significativa dos professores com "horário zero" não serão os mais diligentes, assíduos e empenhados. Receio, por isso, que se esteja a complicar e a arranjar problemas em vez de os resolver. Poupar dinheiro não justifica tudo (se é que se poupa) e o objectivo é (ou deveria ser), não o esqueçamos, a melhoria da qualidade do ensino e das qualificações de quem o frequenta.
José Veiga
Mais duas notas:
- Devia estranhar – mas não estranho – que, apesar da ligeira melhoria dos resultados desportivos e de realizações como o Estádio e o Centro de Estágio, os benfiquistas não estivessem mais críticos e intervenientes. Pelo menos, cumprindo uma tradição que se acentuou nos anos de Vale e Azevedo, Manuel Damásio, Jorge de Brito e, até, Fernando Martins.
- Um dia esta direcção “populista” cairá. Esperemos nessa queda não arraste consigo o clube, mas não estou muito optimista.
terça-feira, novembro 14, 2006
Portugal mudou.
Zita Seabra, Alêtheia e Pedro Santana Lopes
Mas atenção. Sabemos que não podemos esperar de PSL nada de interessante em termos de pensamento político ou mesmo de qualquer outro, como também sabemos que nada ou pouco, de “não conhecido”, haverá para revelar sobre o que se passou no período do seu governo e da sua demissão. Por isso, este impacto e este mediatismo súbitos não revelam, eles próprios, nada de especialmente louvável em termos do país que somos e do vazio político e intelectual que se instalou. Também, em termos “mediáticos”, claro. Querem provas? À esquerda do PS, procedeu-se à exumação de uma série de cadáveres, já bem pouco “esquisitos”, numa conferência de partidos “comunistas e operários”. No PS, a oposição ficou entregue a quem propõe, com a maior ligeireza, aquele que seria um dos maiores erros políticos da democracia portuguesa: legislar sobre a modificação da lei do aborto no caso de o “não” ganhar, mesmo que sem percentagem de participação vinculativa. No PSD, Marques Mendes salta para o colo de Jardim e até de onde menos se espera (do sempre interessante José Pacheco Pereira) nada de mais notável chega do que uma campanha sobre um dejà vue de há vários governos: a “manipulação” informativa da RTP. Mais uma razão para tirarmos o chapéu à agência de comunicação da “Alêtheia”: se não foi por acaso (o livro é para vender no Natal), o timing foi mesmo na mouche!
segunda-feira, novembro 13, 2006
As Capas de Cândido Costa Pinto (16)
O "Hóquei Patriótico"
História(s) da Música Popular (16)
Pois os “Shadows” iniciais e da sua fase mais interessante (Hank Marvin e o seu amigo Bruce Welsh + Jet Harris e Tony Meehan, depois de Ian Samwell, Terry Smart e Ken Payne terem por lá passado, episodicamente, antes da fama) começaram por se chamar "Drifters" e mudaram de nome por causa do grupo vocal americano homónimo, o de Clyde McPhatter. Convém também dizer que em Portugal deram origem a uma enorme “shadowmania”, tal era o número de grupos (na altura dizia-se "conjuntos") formados e desfeitos à sua semelhança, para tocarem nas festas de liceu, com amplificadores que por vezes pouco mais eram do que telefonias melhor, pior ou mesmo nada adaptadas. E quanto às Fender... ainda pior um pouco!
Bom, mas continuemos com os “Shadows”, os autênticos, cujo primeiro single (vocal), ainda sob o nome “Drifters”, se chamava “Feelin’ Fine” e tinha como “b” side “Don’t Be A Fool With Love”. Quase não se deu por ele e foi aí que começaram os problemas legais com o grupo norte-americano! De seguida, veio novo single (“Jet Black”/”Driftin”), este já instrumental e incluído também no primeiro album de Cliff Richard, “Cliff Sings”. Depois do terceiro single não sucedido, o vocal “Saturday Dance”/”Lonesome Fella” (o primeiro sob a nova designação “The Shadows”), o êxito veio finalmente, já em 1960, com o “Apache” de Jerry Lordon, êxito mundial e #1 no hit parade do Reino Unido durante seis semanas. Curiosamente, nos Estados Unidos a versão que mais vendeu foi a do guitarrista dinamarquês Jorgen Ingmann, ao que dizem as más línguas devido a problemas promocionais. Pois é “Apache” que hoje fica por aqui, mas os “Shadows” terão, claro, ainda direito a outras histórias e a mais música. Quanto aos "vocais" do grupo, lamento: só os tenho em vinyl num album chamado "The Shadows Vocals" comprado por acaso numa loja de Viena já lá vão uns quinze anitos...
domingo, novembro 12, 2006
Semelhanças...
Um Post de Domingo...
Já Jerónimo será um contador de histórias; das histórias do seu mundo que só conhecíamos pelo Soeiro e pelo Redol de uns vinte ou trinta anos antes. Aqui no meu bairro, tão interclassista, seria o vizinho de um “meio mais modesto”, honesto e frontal, no qual se podia confiar e a quem deixaríamos a chave de casa em caso de necessidade. Também com quem discutiríamos a “bola” nas manhãs de sábado, ao balcão do café comentando as “gordas” do “Expresso”, e a quem, de tempos a tempos, convidaríamos para uns caracóis e umas cervejas ao fim da tarde , antes de uma ida à “Catedral”.
Talvez seja isso mesmo que faz o seu sucesso eleitoral...
sábado, novembro 11, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
História(s) da Música Popular (15)
quinta-feira, novembro 09, 2006
Anglophilia (15) - Remembrance Day
Take up our quarrel with the foe;
Um Sonho...
As Capas de Cândido Costa Pinto (15)
quarta-feira, novembro 08, 2006
América...
A Banca, o "populismo" e o azar de Marques Mendes
É este PS de "Esquerda"?
Rui Ramos vem hoje no “Público” (sem link) dissertar sobre a identidade de esquerda do PS, o que não deixa de ser um assunto interessante e, principalmente, actual, embora RR se limite a algumas citações de antigos secretários-gerais e esqueça o enquadramento histórico do assunto, sem o qual tudo será mais difícil de entender. Senão vejamos: o que distingue historicamente a esquerda social–democrata e socialista dos partidos de direita, ditos “burgueses” fazendo uso da expressão usada nos países nórdicos? Ao nível da economia, uma maior intervenção estatal que, em alguns casos, podia chegar à nacionalização de alguns sectores–chave, seja, um menor foco no mercado. A nível das questões sociais e do trabalho, alguma ligação com os interesses sindicais e uma maior preocupação com a protecção e coesão sociais, logo, com o que se convencionou chamar de wellfare state - embora aqui, em maior ou menor grau, tenha de compartilhar os “louros” com a democracia–cristã. Em termos geo–estratégicos, uma maior ortodoxia (chamemo-lhe assim) no alinhamento com o bloco ocidental, embora aqui também existam excepções como a França de De Gaulle. Uma maior abertura e progressismo das questões de sociedade, tal qual elas se foram apresentando ao longo da história do século XX.
Foi a vitória das democracias e do capitalismo na “guerra fria” (curiosamente, verifica-se hoje que, ao contrário daquilo que alguma esquerda afirmava quando declarava que não existia democracia sem socialismo, o que não existe, de facto, é democracia sem capitalismo e que aquela é a sua forma de expressão política mais avançada) - ainda por cima na sua forma mais “pura e dura” do Reaganismo e Thatcherismo -, e a subsequente globalização, que vieram a tornar obsoletas, esvaziando-as de sentido, algumas destas questões que definiam tradicionalmente a esquerda democrática e deram à direita um lugar de vanguarda no pensamento e na inovação das ideias, dominando, hoje em dia, os media e aquilo que se designa em "marketing" por share of mind, neste caso, do pensamento político. Assim, foi a globalização que tornou inúteis as nacionalizações e foi o desenvolvimento das novas tecnologias e o fortalecimento das classes médias associado à terciarização que tornou rentáveis, logo atractivos para os “privados”, sectores da economia que até aí o não eram. A demografia, o aumento da esperança de vida, o desemprego e o fim do emprego de longa duração, gerados pela globalização e pela reconversão tecnológica, e o aumento exponencial dos custos com a saúde colocou em causa o wellfare state, pelo menos na forma como o conhecíamos. O fim dos blocos político–militares arrastou o terceiro mundo e os “não alinhados”, com toda a carga de atractividade emocional que em tempos poderiam ter possuído, e os sindicatos não souberam, ou não conseguiram ainda, adaptar-se ao mundo emergente do fim das “convenções colectivas” e da necessária flexibilidade e adaptabilidade laboral. Em Portugal, para agravar a situação, actuam de acordo com uma agenda fundamentalmente partidária e corporativa e não resistirão, certamente, a uma reforma do Estado e da Função Pública num sentido mais liberal, muito menos a uma restruturação do sector educativo, “destalinizando-o”. Bom, mas como nem tudo são agruras, foi ironicamente a própria liberalização económica que, em conjunto com os desenvolvimentos da genética e da bio–medicina, tornaram, e tornam, cada vez mais actuais as questões de “sociedade”, em relação às quais a esquerda democrática apresenta, tradicionalmente, uma maior abertura. Por exemplo, será que organizações tão economicamente anti-liberais como o Bloco de Esquerda ou a UMAR já pensaram nos interesses que alguns grupos privados de saúde (as clínicas de Badajoz são apenas um exemplo) poderão ter numa lei mais liberal sobre o aborto?
Assim sendo, que resta, pois, à esquerda democrática em termos de ticket político específico? No fundo, aquele que, nos últimos dez anos, tem sido a seu e a define, ou seja:
- Conduzir e controlar, em termos de bom senso político, a urgente reconversão do Estado e das suas funções, tornando-o mais eficaz e competitivo e evitando os “desvarios” ultra liberais do tipo “despedir duzentos mil funcionários públicos” que conduziriam esse mesmo Estado ao colapso e o país a uma crise social e económica sem precedentes.
- Reformar do wellfare state tornando-o, tanto quanto possível, sustentável a prazo e garantindo a necessária coesão e protecção sociais.
- Tornar a escola pública competitiva e melhorar os níveis de educação por ela proporcionados.
- Ser um aliado crítico dos USA na luta anti–terrorista e em termos geo-estratégicos evitando os “desvios” Bushistas.
- Conduzir uma agenda liberal das questões de sociedade.
Como se pode depreender, isto implicará, pelo menos no que aos três primeiros pontos diz respeito, a adopção de medidas que, numa primeira análise, poderão parecer ir contra tudo aquilo que tem sido, ao longo dos anos, a linha essencial da sua actuação. Daí a incompreensão. Mas o mundo mudou, e tudo o que vá muito para além disto, em termos gerais, parece-me, assim, desajustado da realidade, logo, utópico. Parece que o PS o terá entendido... Será?
terça-feira, novembro 07, 2006
História(s) da Música Popular (14)
A Minha Webpage, a NetCabo, a Competitividade e o Engº Sócrates...
"Prós e Contras"
Um quarto para a uma. Resisto. Octávio Teixeira ataca com a Banca (olha a novidade!), como se isso resolvesse o assunto, e o ministro não pode explicar a importância de um sector financeiro competitivo, não é popular. Intervalo de cinco minutos: “os cavalheiros levam as damas ao bufete” e eu vou à cozinha ver o que há, pois o jantar já lá vai há quase cinco horas. Morangos e uvas, que, pelo “ar”, parecem mais do “Pão de Açucar” das Amoreiras ou do “Modelo” ali da esquina do que da mercearia de Penafiel, resolvem o problema.
Uma e dez. Depois de uma conversa, um pouco esotérica para a esmagadora maioria dos cidadãos, sobre hipotecas e créditos, finalmente a Drª Fátima questiona sobre os comentários da Comissão Europeia ao plano de redução do déficit público. Azar: questiona a pessoa errada, Daniel Bessa e não o ministro, e mesmo assim à vol d’oiseau. Ficamos, pois, sem saber se este tenciona apresentar um plano de resposta com medidas correctoras e quais, que era o que realmente interessava saber. O resto do programa arrasta-se, sem nada de interesse, e até o habitualmente acutilante e bem preparado Medina Carreira se deixa enredar numa teia sobre a justiça , pertinente mas ali deslocada. Felizmente, ouvi-o e a Silva Lopes sobre o orçamento, nos últimos dias, ou nas últimas duas semanas
Vinte para as duas e o programa acaba. Uma noitada que, como diria JPP, é simultaneamente sintoma e elemento potenciador do nosso atraso. Se o disser, tem toda a razão.
P.S. (de post scriptum, pois claro): gostava de ver o PCP ou o “Bloco” apresentarem um orçamento de estado alternativo, a cinco ou dez anos... Aceitam o desafio?
segunda-feira, novembro 06, 2006
Mozart e a Colecção do "Público"
O "Público" vai editar, a partir de 14 de Novembro, um conjunto de CD’s da Naxos com obras de Mozart. Alguns comentários:
- A Naxos é uma editora de baixo preço (os CD’s custavam na FNAC, a última vez que os comprei, à volta de sete euros, mais “coisa menos coisa”) mas de qualidade (gravação e interpretações) normalmente bem acima da média, principalmente no que diz respeito aos períodos clássico e barroco, mas não só. Seis euros e noventa cêntimos não é, portanto, nenhuma “pechincha”, mas a qualidade, em princípio, vale o preço.
- Para um exemplo da qualidade que a Naxos por vezes atinge, esta editou, nos últimos anos, uma integral da obra de Chopin interpretada pela pianista turca Idil Biret que se tornou uma referência. A comprar, sem sombra de dúvida, ainda mais se atendermos ao preço. Quando comprei o que consegui, desapareceu rapidamente da FNAC. Como não tenho ido muito por lá, não sei como estão as coisas, mas talvez o Natal seja propício ao seu regresso.
- Quanto à edição do “Público”, devo dizer que a discoteca Mozart “cá de casa” (que é relativamente vasta) não é muito prolífera para os lados da Naxos, e por isso não conheço assim tão bem a maioria das interpretações propostas pelo jornal, mas devo salientar o CD com as duas últimas sinfonias de Mozart, as nº 40 e 41 - Júpiter, interpretadas pela Capella Istropolitana dirigida por Barry Wordsworth. Esse é dos Naxos que por cá existe e vivamente recomendo...
Outras Músicas (8) - ...E A Contra-Revolução Em Alemão
"Die Horst Wessel Lied" aka "Die Fahne Hoch", hino do NSAPD (Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães) interpretado pelo Musik Korps da SS Leibstandarte Adolphe Hitler (clicar para ouvir)
Outras Músicas (7) - As Revoluções Em Francês
- "Ah, Ça Ira" canção da Revolução Francesa cantada por Edith Piaf (clicar para ouvir)
- "Le Temps Des Cerises" canção da Comuna de Paris na voz de Ives Montand (clicar para ouvir).
- "Le Chant Des Partisans" hino da resistência (1943) cantado pela sua autora Anna Marly (clicar para ouvir)
When I Look at the Pictures - Lawrence Ferlinghetti (9)
MONET’S LILIES SHUDDERING
Monet never knew
he was painting his “Lilies” for
a lady from the Chicago Art Institute
who went to France and filmed
today’s lilies
by the “Bridge at Giverny”
a leaf afloat among them
the film of which now flickers
at the entrance to his framed visions
with a Debussy piano soundtrack
flooding with a new fluorescence (fleur-essence?)
the rooms and rooms
of waterlilies
Monet caught a Cloud in a Pond
in 1903
and got a first glimpse
of its lilies
and for twenty years returned
again and again to paint them
which now gives us the impression
that he floated thru life on them
and their reflections
which he also didn’t know
we would have occasion
to reflect upon
Anymore than he could know
that John Cage would be playing a
“Celo with Melody-driven Electronics”
tonight at the University of Chicago
And making those Lilies shudder and shed
Más Notícias Sobre O Déficit...
domingo, novembro 05, 2006
As Capas de Cândido Costa Pinto (14)
Lennart Johanssen vs Roman Abramovich
Much Ado About Nothing?
1. Contenção e diminuição estrutural do déficit público de acordo com os compromissos assumidos.
2. Reforma e modernização do Estado e da Administração Pública.
3. Reforma da segurança social que permita a sua sustentação, e a do Estado Social, a prazo.
4. Reforma do ensino que permita reverter a prazo os índices de aproveitamento e abandono escolar.
5. Modernização da sociedade portuguesa nas áreas de “sociedade” (v.g. aborto, droga, protecção de menores e minorias, violência doméstica, casamento de pessoas do mesmo sexo, etc).
Será capaz de o fazer? Estejamos atentos e críticos...
Quando Os Santanas Já Não São Vascos
Tudo isto vem a propósito da entrevista dada por Santana (Lopes, o contemporâneo) à “Única” e em que declara que “adorava (é o termo que usa, o que não se estranha) liderar a oposição ao governo de Sócrates”. À primeira leitura a tentação é rir; é a fase da comédia, não percebendo que depois de ter sido primeiro-ministro (!!!) os papéis de entertainer são forçosamente coisa do passado e outras representações bem mais dramáticas teriam de se seguir para nos tentar convencer, vencendo a nossa memória. De seguida, vem a tragédia, quando nos interrogamos, remexemos na nossa memória curta e nos lembramos do tempo em que ousaram dar-lhe esse papel, qual erro de casting e primeiro responsável pelo flop do filme. Depois... bem, depois acabamos por lhe desculpar (que foi o que todos sempre lhe fizemos, sem resistir muito, perante tamanha dose de naiveté)... É que o homem não cresceu, ficou mesmo assim, criança para sempre, e bem sabemos que há em nós algo que permanentemente nos impele para a infância, para o útero materno do qual nunca gostaríamos de ter saído... E talvez seja por isso que o entrevistam, lhe dão um sempre tão caro tempo mediático, por ele preencher assim, tão bem, esse espaço do nosso imaginário e por isso ter audiência garantida, que isto jornais e rádios não brincam em serviço, servem para ganhar dinheiro e a isso têm todo o direito, pois claro.
Bom, perante isto só tenho pena de uma coisa. É que já vi e ouvi invectivar Jorge Sampaio por o ter nomeado e o ter demitido, o próprio Santana Lopes por, enquanto primeiro-ministro, ter sido igual a si próprio, os media e os “barões” do partido por o terem “torpedeado”, Durão Barroso por ter feito pela “vidinha”, mas pouco ou nada tenho visto e ouvido sobre o facto de um congresso do partido o ter eleito vice-presidente... Será que não lhes terá ocorrido que um vice-presidente de “qualquer coisa” pode sempre passar a presidente dessa mesma coisa por impedimento do outro? Não? Não, mesmo? Pois devia, e que essa lacuna de pensamento sirva de lição para o futuro, é a moral da história que aqui também existe, tal qual como nas histórias de encantar e... nos contos infantis.