domingo, agosto 30, 2015

Agosto é mês de reposições - Matiné de Domingo (s/n)


"A Hard Day's Night", de Richard Lester (1964)
Filme completo c/ legendas em castelhano

5 notas 5 sobre o SLB - Moreirense FC

  1. Vou mesmo ser "mauzinho"... Olhando para este SLB, parece que a equipa só se desinibe quando, em desespero e a correr atrás de um resultado negativo, parece também esquecer-se das ideias com que treina, das opções do seu treinador e decide jogar como cada um e o conjunto podem e sabem. E como tem bons jogadores e alguns automatismos herdados dos anos anteriores, a "coisa" por vezes até resulta. Mas esta é a pior crítica que se pode fazer à equipa, não é assim?
  2. Alguém percebeu as substituições ao intervalo? Quando, face a uma equipa com um bloco muito baixo, seria preciso jogar em "ataque posicional" e dar largura ao jogo atacante, meter Talisca, um jogador de transições, e Gonçalo Guedes, um avançado de "diagonais", era tudo o que não deveria ter sido feito. Resultado? Talisca passou ao lado do jogo e Guedes, sem realizar um mau jogo, foi tudo menos decisivo.
  3. Rui Vitória já percebeu que aquela ala direita não joga e deixa a equipa contrária jogar?
  4. Mitroglou tem uma má relação com a bola e parece um corpo estranho na equipa, além de que obriga Jonas a jogar demasiado tempo em terrenos muito recuados.Gostava de ver a dupla Jimenez/Jonas. Mas, neste caso, dou o benefício da dúvida a Rui Vitória.
  5. Como é possível o árbitro-assistente não ter visto o "fora de jogo" quilométrico do segundo golo do Moreirense F.C.? É que o avançado do MFC até recua apercebendo-se de que está em posição irregular! Quem comete um erro tão grosseiro não pode continuar a ser árbitro-assistente na primeira Liga. É melhor afastá-lo antes que repita igual ao pior. É que comparado com este erro, os outros a que tenho assistido, em jogos do SLB e dos seus principais adversários, são pormenores sem importância.

sábado, agosto 29, 2015

Contra a demagogia: os jogos SCP-CSKA e as novas tecnologias

Vamos deixar-nos de demagogias e apelos populistas e falemos com rigor: em que é que a utilização das novas tecnologias iria contribuir para decisões de arbitragem diferentes nos jogos entre o SCP e o CSKA? Muito pouco ou nada. E porquê? No lance do primeiro golo da equipa russa, em Moscovo, a decisão da equipa de arbitragem, depois de visionado o lance, dificilmente seria diferente da validação do golo: até agora ainda não vi qualquer ex-árbitro pronunciar-se em sentido contrário à legalidade do lance. No lance do golo anulado a Slimani, nenhuma câmara consegue mostrar imagens concludentes e de um ângulo mais adequado do que o do árbitro auxiliar que assinala a saída da bola. Teria de facto saído? A não ser que se utilizasse uma tecnologia idêntica à da "linha de golo", demasiado cara para poder ser "popularizada" (quem pagaria a sua utilização em todos os estádios das pré-eliminatórias, "play off" e fase de grupos da Champions League) é à qual muito raramente seria necessário recorrer (o custo unitário seria pois elevadíssimo), dificilmente o tal recurso ao "video-árbitro" resolveria o que quer que fosse. Resta, claro, o lance do "penalty" não assinalado contra o CSKA no jogo de Alvalade. Mas nesse caso duas perguntas:
  1. A quem competiria a decisão do recurso ao "vídeo-árbitro"? Ao capitão do SCP? Ao árbitro principal, como no "rugby" em caso de um ensaio duvidoso? No caso da decisão de recurso pertencer aos capitães de equipa, quantas vezes o poderiam fazer durante o jogo? Em que condições? No caso de tal recurso pertencer ao árbitro principal, em que condições poderia a ele recorrer? (no "rugby" tal acontece apenas no caso de ensaio duvidoso).
  2. Nesse lance, a decisão de recurso competiria ao árbitro de baliza (que teria tido obrigação de analisar correctamente a jogada mesmosem recurso a ajudas tecnológicas - o lance é óbvio para quem está na sua posição) ou ao árbitro principal? E se para este não existissem dúvidas sobre a legalidade do lance?
Enfim, ficam algumas questões a que não me parece a demagogia e os apelos populistas possam dar resposta inequívoca. Como nunca dão.

sexta-feira, agosto 28, 2015

Agosto é mês de reposições - Friday midnight movie (s/n) - "Grindhouse/Slasher" (s/n)

"The Texas Chainsaw Massacre", de Tob Hooper (1974)
Filme completo c/ legendas em português

"As Mil e Uma Noites" de Miguel Gomes - Tomo I, "O Inquieto"





Se basear o esquema narrativo do filme na estrutura de "As Mil e uma Noites" é uma boa ideia e revela criatividade, isso não chega e há que ir ao conteúdo. E aqui, se por vezes o filme consegue atingir algum humor iconoclasta (a história do galo é de facto impagável) e outras vezes surreal (a cena da baleia tem muito de "Amarcord"), noutras, principalmente nos depoimentos directos e por muito que eles nos toquem, é demasiado déjá vue e não evita algum (ou até muito) primarismo ideológico.

Também, e infelizmente, na sequência das "negociações com a troika", onde o tal humor iconoclasta seria naturalmente muito bem-vindo mas que resulta "pesadão" e com pouca graça, o diálogo descamba para um calão "hard core" que nada acrescenta e a única nota de humor e verdadeiro achado vem da pronúncia brasileira (ou mais ou menos, o que ainda tem mais graça) do tradutor interpretado por Carloto Cotta. 

Uma certa desilusão depois do quase excelente "Tabu".

Dá para ir ver os dois últimos "tomos"? Não sei...

quarta-feira, agosto 26, 2015

SCP: sofrerem 4 do CSKA? Pensem nisso.

Peço aos meus amigos "lagartos" que se deixem de "choradinhos" e atentem nisto: não tiveram sorte com os árbitros, principalmente naquele erro grosseiro da mão não assinalada em Alvalade, mas como pode uma equipa querer passar uma eliminatória sofrendo quatro golos (e mais um "penalty" que não foi convertido) de um CSKA que, basicamente, tem apenas uma jogada, mesmo que com uma ou outra variação? Um desses golos pode ter sido irregular? Pode, embora tenha sido uma tabela à queima-roupa num braço "colado" ao corpo, o que pode dar origem a algumas dúvidas. Mas a "balda" e confusão na jogada que lhe deu origem é responsabilidade de quem? Do árbitro não é com certeza...  Gastem lá uns minutos do vosso tempo a pensar nisto, conselho de "lampião".

Agosto é mês de reposições - 4ªs feiras, 18.15h (s/n) - "Visconti" (s/n)

Filme completo c/ legendas em castelhano

terça-feira, agosto 25, 2015

O problema Jonas

Começa a não ser novidade para ninguém - até já o Correio da Manhã o menciona - que o problema fundamental do SLB se chama Jonas. É ele que "obriga" Rui Vitória a adoptar um 4x2x4, um sistema de jogo que está longe das suas ideias e preferências mas é o único que pode rentabilizar o jogador. Mas pergunta-se: pode um sistema de jogo ser assim tão importante e condicionar, a um ponto extremo, o modo como uma equipa joga? No caso do SLB isso é claro: ao adoptar o 4x2x4, sistema herdado de Jorge Jesus e que pouca gente utiliza do mundo do futebol "civilizado", Rui Vitória defronta-se com dois problemas: 
  1. Para o sistema ter alguma eficácia exige determinados princípios e ideias de jogo (intensidade, profundidade, verticalidade, pressão em todo o campo, colocação defensiva, etc, etc - José Peseiro abordo-os ontem de forma brilhante no "Resultado Final") que não estão ao alcance de todos os jogadores e a não serem treinados e levados a um nível extremo de perfeição tornam a equipa demasiado desequilibrada defensivamente e menos eficaz nas suas acções ofensivas. Tal foi visível nos últimos jogos do SLB, com falhas defensivas gritantes, que só Júlio César conseguiu colmatar, e dificuldades idênticas para marcar, apesar dos 4-0 ao G.D. Estoril-Praia.
  2. Ao jogar em 4x2x4 a equipa, mesmo que insensivelmente, tende a reproduzir as ideias e as rotinas de jogo de seis anos com Jorge Jesus e como de certeza já não as treina cai num género de "terra de ninguém", de "nem sim nem sopas" que a descaracteriza e a torna numa "coisa em forma de assim". Por exemplo, foi visível na primeira parte do jogo contra o Arouca que, pelo menos a espaços, existe uma maior fluidez no jogo atacante, em contraste com algum futebol "de repelões" e de demasiada insistência no "um para um" dos tempos de Jorge Jesus, principalmente na ala direita quando tinha Maxi e Salvio, mas isso fez a equipa perder grande parte da sua eficácia atacante (e também defensiva, já agora).
Como podem Rui Vitória e Luís Filipe Vieira resolver o problema? Sentando Jonas no banco? Transferindo-o? No primeiro caso, gostaria de ver a reacção dos adeptos ao primeiro desaire ou exibição menos conseguida. No segundo caso, não o tendo feito, com medo do risco, no final da última época ou logo em Junho/Julho (no lugar de ambos, confesso, também teria tido grande dificuldade em dar esse passo), agora parece-me ser tarde. Um "bico de obra", claro.

domingo, agosto 23, 2015

SLB: 3 notas 3 sobre uma derrota

  1. Alguém tem de explicar a Rui Vitória que quando a equipa precisa de recuperar de uma desvantagem e o jogo se aproxima do final não adianta meter vinte "pontas de lança", dezoito extremos, vinte avançados suplentes ou a versão portuguesa de Eva Carneiro para distrair o adversário. Mais a sério: com Mitroglou, Jimenez e Jonas todos juntos a equipa perde as suas referência e rotinas e "desata" a "atirar bolas para o barulho" a ver se pega, ao estilo "pé na tábua e fé em Deus. Não pegou na Supertaça, com a entrada de um Mitroglou recém-chegado, e hoje também não. Dificilmente alguma vez irá pegar.
  2. A equipa precisa de um defesa-esquerdo, um extremo, do Messi e do Ronaldo? Talvez precise de todos eles, mas acima de tudo precisa de um nº8 de categoria, uma espécie de Witsel tão eficaz a desequilibrar na frente como a equilibrar a equipa defensivamente. Se é preciso investir, é aí. até porque é aí que começam os problemas defensivos da equipa, que acabam nos laterais.
  3. Nelson Semedo vai ser o lateral-direito em jogos contra o FCP, SCP e Champions League? Se sim, é melhor que aprenda depressa a defender e a posicionar-se defensivamente., já que a atacar não tem grandes problemas.

Agosto é mês de reposições - Matiné de Domingo (s/n)

"Farewell My Lovely", de Dick Richards (1975)
Filme completo c/ legendas em castelhano

quinta-feira, agosto 20, 2015

O PS e António Costa no "labirinto" da sua linguagem

"O PS não "promete criar 207 mil empregos"! Apresentou sim o estudo técnico que estima impactos económicos do seu programa" - António Costa no Twitter.

Por muito que António Costa possa ter razão - e acredito o modelo esteja correcto, embora não deixe de ser aquilo que de facto é: um "modelo" - como 99.9% dos portugueses, nem sequer a maioria dos jornalistas fora da área económica irão entender a "nuance", o PS arrisca-se a uma de duas coisas (ou ambas):
  1. Uma esmagadora maioria dos portugueses irá entender esta afirmação como mais uma promessa eleitoral sem qualquer valor, encolhendo os ombros e, escaldados com as mentiras grosseiras de Pedro Passos Coelho na campanha anterior, irão concluir que "os políticos são todos iguais", tal em nada contribuindo para um acréscimo de credibilidade de Costa, do PS e até do regime.
  2. Caso venha a ser governo, e por muito que tente esclarecer o seu conteúdo, o PS irá ser permanentemente confrontado, principalmente nas redes sociais, onde o imediatismo e o primitivismo de raciocínio são lei, com esta "promessa", de nada valendo o impacto negativo nos seus resultados que possa advir de quaisquer variações nos outros parâmetros mesmo que fora do âmbito e da possibilidade de controle governamental.
António Costa tanto se preocupa - e bem - com a credibilidade e com o crescimento da votação no partido que essa preocupação acaba, por vezes, por ter um efeito ridículo (caso dos cartazes "evangélicos") e, por outras, o que é bem mais grave, por ter mesmo um resultado político contraproducente.

segunda-feira, agosto 17, 2015

SLB: finalmente uma ideia de jogo. Só que...

Finalmente, a equipa teve aquilo a que se pode chamar uma "ideia" de jogo, mas, digamos e em abono da verdade, pouco ou nada diferente daquela que foi a do SLB de Jorge Jesus. Mas, saudemos, é pelo menos uma ideia, ou algo já muito aproximado disso mesmo. 

Só que... Só que Nelson Semedo e Ola John não são Maxi e Salvio: não dão a mesmo verticalidade e não têm a mesma intensidade de jogo. Isto, para além, e como foi visível, dos problemas demonstrados nas acções defensivas, problemas que nem o excelente golo de Semedo conseguiu disfarçar. Depois... Bom, depois... Depois Mitroglou não é Lima, não tem a "largura" de jogo nem a capacidade de pressão deste último: é um "pivot" de área, o que tem como consequência uma menor capacidade pressionante na frente, em "bloco", e obrigar Jonas a pisar terrenos mais recuados, a ser uma espécie de Saviola. Fora isso, Pizzi continua a provar, tal como no ano passado, que é apenas um "remendo", uma alternativa para aquela posição, faltando um Witsel ou um Enzo Perez que a interpretem à dimensão de um candidato ao título.

Falta agora ver como vai Vitória fazer evoluir esta "herança" e como vai ser com Jimenez e com o 4x3x3 que irá por certo utilizar nos jogos mais complicados. Mas cada coisa a seu tempo. 

sábado, agosto 15, 2015

O baixo nível do jornalismo desportivo

Os alegados SMS de Jorge Jesus a jogadores do SLB e o desaguisado entre José Mourinho e a charmosa Eva Carneiro estão ao nível dos crimes passionais, da vida privada de uma tal Cristina Ferreira, das depressões de Judite Sousa ou das declarações das vedetas de telenovela sobre "terem finalmente encontrado o verdadeiro amor". Não deviam, por isso mesmo, ocupar mais de um minuto nas conversas daqueles que verdadeiramente gostam de futebol e se interessam pelos seus clubes.

Infelizmente, como uma maioria de jornalistas e comentadores pouco ou nada sabe, nem quer saber, sobre futebol, quer sobre o jogo em si quer sobre a vida empresarial dos clubes, e acham, se calhar com razão, que o que vende são os "fait divers" e o tablóidismo, estamos sujeitos diariamente a um fogo de barragem que nos tenta embrutecer e estabelece os baixos  padrões do debate desportivo nas redes sociais. Destacar os piores ocuparia muito espaço e tempo, tal a sua quantidade que está muito longe de se resumir aos vários "Trios de Ataque" televisivos e inclui a grande maioria de ex-jogadores, ex e actuais treinadores no desemprego e jornalistas vários, com destaque negativo para os que pululam pela TVI24, onde a gritaria é norma, e para um tal João Rosado e vários outros da SIC Notícias. Destacar os que não envergonham é bem mais fácil: depois do "abandono" de Carlos Daniel, o melhor de todos eles, poucos mais restam para além da Helena Costa, do Pedro Henriques (ex-jogador) e o "newcomer" Nuno Presume, todos eles do "Resultado Final", da SportTV. Pelo menos esforçam-se por pensarem o jogo, o que, face ao panorama geral, já não é mau.

sexta-feira, agosto 14, 2015

Agosto é mês de reposições - Friday midnight movie (s/n) - "Zombie" (s/n)


"Night of the Living Dead", de George A. Romero (1968)
Filme completo c/ legendas em português

Luís Filipe Vieira: JJ ou "o pauzinho na engrenagem"

O SLB e Luís Filipe Vieira partiram para esta época escudados no facto de que um título de bi-campeão e dois anos em que, a nível nacional, apenas falharam uma Taça de Portugal lhes trariam a ausência de pressão necessária e concederiam a margem de manobra suficiente para desinvestirem um pouco na equipa, colocando o seu foco no reequilíbrio financeiro do clube, deste modo contratando menos e mais barato e compensando isso com o recurso à rentabilização do investimento realizado na formação. Em minha opinião, face à realidade do clube e nacional, esta era a estratégia correcta (no lugar de LFV teria feito o mesmo) e a contratação de um treinador que, pelo seu perfil, percurso e condições salariais, nela encaixasse fazia igualmente todo o sentido

O problema é que LFV, talvez confiante em demasia na capacidade de Jorge Mendes e, ingenuamente, menosprezando o "ego" e as ambições de Jorge Jesus, não conseguiu evitar que este fosse contratado pelo vizinho e velho rival da segunda circular, e esse foi o "pauzinho na engrenagem" que tudo mudou: do "se formos segundos classificados atrás do FCP (o SCP era visto, e bem, apenas como um "outsider") isso será tido como aceitável e não dará origem a grande contestação" (o que fazia todo o sentido, principalmente se acompanhado de uma boa carreira europeia, "calcanhar de Aquiles" de JJ), passou-se obrigatoriamente a "no mínimo, é necessário evitar a todo o custo ficarmos atrás do SCP , o que se traduz também no "se o SCP for segundo temos mesmo de ser campeões". É portanto esta inesperada e não controlada ida de Jorge Jesus para Alvalade, com o acréscimo de investimento subsequente por parte do SCP, que está a obrigar LFV, senão a uma mudança de estratégia (não é disso que se trata), pelo menos a uma sua correcção brusca e de última hora, obrigando a um maior e mais tardio investimento em contratações, a uma menor rentabilização imediata da formação e a algum agravamento da folha salarial do clube face ao previsto. Por último, será também esta correcção (prefiro chamar-lhe "acerto") de estratégia - com a qual, note-se, estou de acordo e me parece indispensável na conjuntura criada - que pode tornar a posteriori inadequada a contratação de Rui Vitória, Como num "puzzle", uma peça que encaixava perfeitamente numa determinada lógica pode agora, face a uma realidade global "reajustada", ter problemas com esse mesmo "encaixe". 

Digamos que para já, no curto-prazo e ao obrigar a este "acerto" de estratégia por parte do SLB, a contratação de Jorge Jesus por Bruno de Carvalho foi uma decisão acertada, um género de acção de comandos ou de um pequeno exército que desorientou o inimigo mais poderoso e o obrigou a um realinhamento indesejado. Se tal será suficiente para, no médio-longo prazo, colocar em causa o maior poderio institucional e financeiro de SLB e FCP, é coisa que veremos. Provavelmente, já a partir da próxima terça-feira.

quinta-feira, agosto 13, 2015

Chuck Berry - 14 Greatest Hits

O que nos dizem Mitroglou e Jimenez sobre o SLB de Rui Vitória

Com as contratações de Mitroglou e Jimenez, o SLB 2015/16, ou de Rui Vitória, parece finalmente começar a tomar forma, voltando àquela que me parece ter sido sempre a ideia do novo treinador: jogar em "transições", mas melhorando o controle e a capacidade de circulação de bola, tendo o 4x2x4 como sistema preferencial mas optando pelo 4x3x3 em alguns jogos de dificuldade superior. E porque consigo dizer isto apenas em função destas duas novas contratações? Vejamos...

Não cabe na cabeça de ninguém que com Jonas, Jonathan, Jimenez e Mitroglou, Rui Vitória não venha a optar por um 4x2x4 como sistema preferencial, com Mitroglou ou Jimenez combinando com Jonas ou Jonathan. Ora caminhando do fim para o princípio, isto é, do sistema para o modelo, parece-me muito difícil combinar um 4x2x4 com um modelo baseado na "posse", modelo esse que, aliás, não tem qualquer tradição no clube, pelo menos desde que me lembro de ser "gente". Daqui resultará a agora tão apregoada intenção do SLB (e digo isto com os maiores cuidados, pois baseio-me apenas nos "media") em contratar um "clone" de Enzo ou, melhor seria ainda, de Witsel, já que me parece ser Pizzi, em termos da sua capacidade enquanto jogador, insuficiente para a titularidade da função.

Mas Mitroglou, e talvez também Jimenez (conheço mal o jogador) poderá, nos jogos contra os melhores adversários, jogar sozinho na frente, como "pivot" da área, passando então a equipa a alinhar num 4x3x3, com Fejsa, Samaris e Pizzi (ou a nova contratação), ou até apenas com um dos primeiros acompanhando Pizzi e o tal NN/Meli no meio-campo. Aliás, pareceu-me desde o início ser esta a ideia de Rui Vitória: alternar entre os dois sistemas e, sem a equipa perder, no essencial, a sua identidade (as tais "transições rápidas"), herdada de Jorge Jesus, garantir mais alguma qualidade na circulação de bola, permitindo, em certas circunstâncias, um melhor controle do jogo. Só que, depois, e por razões que desconheço, mas que acho se prendem com aquilo que me parece ser o seu demasiado "low profile", Rui Vitoria se "perdeu na tradução".

Restam depois disto duas questões relevantes:
  1. Pode a equipa melhorar significativamente a sua capacidade de circulação de bola e de controle do jogo sem perder muita da sua acutilância e eficácia atacantes, ou seja, sem se ficar por uma espécie de "águas de bacalhau" ou "nem sim, nem sopas"?
  2. Mesmo mantendo os seus princípios e ideia de jogo, pode a equipa alternar facilmente e com perda mínima de eficácia entre um sistema preferencial (4x2x4) e um alternativo (4x3x3)?
O futuro o dirá...

quarta-feira, agosto 12, 2015

Agosto é mês de reposições - 4ªs feiras, 18.15h (s/n) - "noir" (s/n)

"The Spiral Staircase", de Robert Siodmak (1946)
Filme completo c/ legendas em português

Incompetência

  1. Incompetência do PS ao desenvolver uma campanha com cartazes que bem poderiam ser da IURD ou da Igreja Maná em vez de potenciarem o seu principal activo: o secretário-geral António Costa que aparece em todas as sondagens com valores muito positivos, superiores aos do partido que dirige, e contrastantes com os dos líderes da coligação.
  2. Incompetência do mesmo partido ao não se assegurar da concordância dos fotografados para integrarem a campanha de "outdoors" e confirmarem que o seu perfil real se coadunava com a mensagem transmitida.
  3. Incompetência da coligação Portugal à Frente por não ter verificado o passado publicitário dos modelos utilizados na sua campanha e por, provavelmente (mas quase de certeza), não se ter assegurado de que não iram participar num futuro próximo (dois ou três anos, pelo menos) em acções incompatíveis ou de algum modo conflituantes com a actual campanha política (podem ainda vir a ter desgostos por isso).
Embora estejamos a falar de planos diferentes, como podem deste modo convencer os cidadãos que têm as qualidades necessárias para a tarefa bem mais complexa que é dirigir o país?

segunda-feira, agosto 10, 2015

Lembram-se de Sven Goran Eriksson?

Lembram-se de Sven Goran Eriksson? Daquele que em 1982 chegou ao SLB? Lembram-se do que fez? Eu lembro-me: "arrumou" João Alves, foi buscar Glenn Strömberg para o meio-campo, recambiou para o Brasil um tal Cláudio Adão que Fernando Martins lhe queria "impingir" e, mais tarde, foi buscar um tal "alto, loiro e tosco" de nome Michael Manniche para o lugar de Zoran Filipovic. E sabem porquê? Porque tinha uma ideia de jogo e queria jogadores que a pudessem pôr em prática. Lembrei-me disto agora e não foi por acaso. 

Onde pode jogar Talisca e mais duas notas sobre a actualidade benfiquista

  1. Uma das questões prementes da actualidade benfiquista, que, aliás e em bom rigor, já vem da época passada, prende-se com a questão "onde deve jogar Talisca", isto partindo do princípio que o jogador consegue aprender o que é uma equipa de futebol e não insiste em jogar sozinho. Com as suas características (e não vale a pena enumerá-las) penso Talisca poderá jogar de duas maneiras: na ala esquerda de uma equipa em 4x3x3 num modelo de "posse", um pouco como jogava Hulk no FCP de Villas-Boas, rompendo em diagonais e aparecendo embalado na área aproveitando a sua capacidade de remate. Em alternativa, poderá fazê-lo como nº8, também num sistema de 4x3x3, mas aqui já num modelo de transições rápidas. Mas como disse, terá de aprender a "jogar à bola", isto é, a perceber o que é uma equipa de futebol, as suas dinâmicas, as movimentações colectivas e por aí fora. Consegui-lo-à?
  2. Precisa Rui Vitória de "tempo"? Não: precisaria de tempo para afinar movimentações, dinâmicas e os tais "automatismos se tivesse uma ideia de jogo definida para a equipa. Como não a tem, precisa, isso sim, em primeiro lugar de a definir e efectuar as dispensas e contratações necessárias para dar coerência ao modelo escolhido. Depois disso, então falaríamos da variável "tempo", inclusivamente para a integração de novos jogadores.
  3. Rui Vitória é um treinador competente? Não ponho isso em causa: tem uma licenciatura na área e obteve bons (até, excelentes) resultados nas equipas que treinou. Mas as realidades eram diferentes e, com as limitações de tais clubes, Rui Vitória, mais do que ter uma ideia de jogo previamente assumida, tinha que pegar no plantel existente e rentabilizá-lo, sendo relativamente indiferente o lugar na classificação desde que não abaixo daquilo a que poderíamos chamar o "grosso da coluna". Numa equipa como o SLB (ou o SCP ou o FCP), com outras exigências, que luta por títulos e se movimenta com à vontade no mercado (nos dois sentidos), o treinador só os conseguirá se tiver uma ideia de jogo clara e um plantel com ela coerente. É isso que fazem os grandes treinadores: pegar num plantel colocado à sua disposição é curto e pode mesmo gerar contradições e antagonismos fatais. Para as grandes equipas, nacionais e internacionais, o modelo do treinador, mesmo que "bom" e "competente"; que se limita a pegar num plantel e rentabilizá-lo, já é coisa do passado. 

domingo, agosto 09, 2015

Um SLB sem uma ideia de jogo

Vou ser claro: levámos um banho de bola. E porquê? Fundamentalmente - e repito o que tenho dito - porque se olha para a equipa e, ao contrário do que se passa com o SCP de Jesus, que joga igual, "igualzinho" ao SLB dos últimos seis anos, não se percebe ali uma ideia de jogo, nem sequer um seu esboço. Isto para além de Rui Vitória hesitar constante e demasiadamente no sistema de jogo, entre um 4x3x3 (ou 4x2x3x1) no qual Talisca não pode ser o jogador para jogar à frente de Fejsa e Samaris (falta-lhe saber "ter bola" e pegar no jogo da equipa - sobre Jonas como "ponta de lança"único já está tudo dito) e um 4x2x4 para o qual lhe falta, para já, um "ponta de lança". E é exactamente por isso, e não por qualquer défice de frescura física, que a equipa foi sempre dominada e pareceu perdida em campo, cada jogador mais ou menos entregue a si próprio e submetido ao jogo do adversário. Como em qualquer equipa sem ideias, acabou Rui Vitória por recorrer a um jogador que terá feito dois ou três treinos, lançando bolas para a área a ver se "pegava". É pouco, é mesmo muito pouco.

Rui Vitória parece um treinador demasiado "low profile" para uma equipa como o SLB (espero estar enganado), pouco afirmativo, com um discurso "mole", e terá até ao fim de Agosto (fecho do mercado) para mostrar que tem uma ideia de jogo, um sistema preferencial e sabe transmiti-los conseguindo identificar quais os jogadores de que precisa para os pôr em prática. Caso contrário, prevejo o pior.

Nota final: Numa coisa Jorge Jesus tem razão: as suas ideias ainda estão no SLB: contra adversários mais poderosos a equipa não consegue ter bola e controlar o jogo. Mas não foi também para mudar este estado de coisas que Rui Vitória foi contratado?

Agosto é mês de reposições - Matiné de Domingo (s/n)

"Sissi – Schicksalsjahre einer Kaiserin", de Ernst Marischka (1957)
Filme completo c/ legendas em português

sexta-feira, agosto 07, 2015

Agosto é mês de reposições - Friday midnight movie (s/n) - Grindhouse/Slasher (s/n)


"Black Christmas", de Bob Clark (1974)
Filme completo c/ legendas em português

O que o meu clube deveria ter respondido a Jorge Jesus

Pondo de lado a manifestação de soberba tão habitual em si e a intenção de criar um "fait divers" que  menospreze o SLB enquanto clube e tente humilhar Rui Vitória enquanto seu treinador, Jorge Jesus tem razão naquilo que diz: olhamos para o SCP e vemos já claramente as suas ideias (que são simples, claras e imutáveis) na forma como joga. Goste-se ou não dessas ideias, a equipa tem já a sua marca, o que ainda não acontece com o SLB de Rui Vitória, até porque este último me parece dono de uma personalidade bem mais "low profile" e, como tal, mais vocacionada para, a vir a impor-se, o fazer  preferencialmente no médio-longo prazo. 

Preocupante para o meu clube? Já por aqui o disse que gostaria de ver Rui Vitória assumir uma atitude mais afirmativa e ver esse processo de afirmação e assimilação das ideias e personalidade do seu treinador mais avançado, mas não nos podemos esquecer de um facto importante: sem ter ganho mais do que uma Taça de Portugal nos últimos anos e não sendo campeão desde 2002, é ao SCP que compete mudar mais rapidamente e de forma mais radical as suas ideias e comportamentos se quer melhorar o seu rendimento desportivo. É esta a resposta que já devia ter sido dada pelo meu clube.

quarta-feira, agosto 05, 2015

Agosto é mês de reposições - 4ªs feiras, 18.15h (s/n) - Western (s/n)


"Duel in the Sun", de King Vidor (1946)
Filme completo c/ legendas em português

SLB: reforços e estratégia

Perante a estratégia de forte investimento no curto-prazo dos seus dois principais concorrentes, própria de quem, nos dois últimos anos e entre ambos, se limitou a ganhar uma Taça de Portugal, o pior que o SLB pode fazer é "morder o isco", respondendo com as mesmas armas e desse modo aderindo a uma estratégia mais própria de um runner up do que de um campeão; isto é, de quem, nos dois últimos anos e a nível interno, apenas falhou a conquista de uma competição interna.

Significa isto que o SLB, perante as saídas de Maxi e Lima, a lesão prolongada de Salvio e a provável negociação de Gaitán, não precisa de se reforçar? Nada disso, mas apenas que o deve fazer cirurgicamente e com "conta peso e medida", não sacrificando a estratégia à táctica e não colocando em causa os objectivos financeiros e os fundamentos em que se alicerça a sua gestão de recursos humanos. Mais ainda, antes de "ir ao mercado" (expressão muito do agrado dos comentadores de serviço), tem obrigatoriamente Rui Vitória de definir "como quer que a equipa jogue", isto é, quais os seus modelo e sistema de jogo (ou sistemas, se optar por um preferencial e outro alternativo). Sem isso, o SLB arrisca-se a contratar quem não "caiba" no modo como o treinador quer que a sua equipa jogue. Ora, ao contrário do que acontecia durante o consulado de Jorge Jesus (e o que vou dizer não significa que considere Jesus melhor treinador do que Rui Vitória ou vice-versa), parece-me, pelo jogos que vi, que é isso que está ainda por definir, pelo menos de uma forma que posso considerar clara e convincente. Acho que, até pelas necessidades de reforço do plantel, é aessa definição clara de uma ideia de jogo que já começa a tardar

terça-feira, agosto 04, 2015

Link Wray - The Rumbling Guitar Sound of Link Wray (Not Now Music) [Full Album]

SLB: pré-época e marcas globais

Teria sido melhor o SLB ter optado por realizar a sua pré-época entre o Seixal e o Estádio da Luz e escolhido como primeiros adversários o F. C. Aljustrelense e a Sociedade Dramática e Desportiva de Arrentela? Provavelmente, mas não se pode ter como patrocinador uma marca global como a Emirates e querer o próprio clube, também ele, assumir tal estatuto e ficar na sua "zona de conforto". "Sol na eira e chuva no nabal" é coisa que não existe e "um almoço nunca é de graça". Para além disso, a pré-época do SLB não foi, na sua estrutura, muito diferente das realizadas por Real Madrid, Chelsea, Manchester United, Manchester City, F. C. Barcelona e outros clubes de estatuto semelhante, que não consta deixem a sua preparação entregue a amadores. Que a maioria de jornalistas e comentadores não perceba tal coisa apenas atesta a sua ignorância, menoridade intelectual ou apenas... má fé. Um pouco de tudo, em doses distribuídas conforme os casos.

segunda-feira, agosto 03, 2015

A (não)qualidade de serviço da NOS

Troquei de computador; o anterior chegou ao fim da sua vida útil, que foi longa e algo atribulada. Nada de especial, para além das "chatices" inerentes: instalar o "Office", programas, reinstalar a impressora, fazer o download do meu navegador favorito (é o Google Chrome), configurar o "Outlook"... Alto!, e é aqui que começam os problemas, ou seja, quando, porque são precisos os dados do servidor (ou lá o que é), a NOS é chamada "ao barulho". Resumindo, depois de várias tentativas para os serviços "ditos" técnicos da NOS e de falar com gente que percebia tanto do assunto como eu de mandarim (e certamente menos do que eu sobre a configuração do "Outlook"), lá tive um lampejo de lucidez e pedi para me porem em contacto com a PC Medic, empresa que, mediante pagamento, presta apoio técnico remoto a clientes da NOS. Resultado? Problema resolvido em dois minutos.

E agora vamos à parte mais difícil, ao número mais arriscado. Como funciono com o anti-vírus da NOS, que subscrevo e pelo qual pago uma quantia mensal (para aí mais ou menos dois euros), verifiquei que, com a troca de computador, o F-Secure (assim se chama o anti-vírus) tinha levado sumiço. Não deveria, porque o "rooter" é o mesmo, mas vamos lá entender... Primeiro contacto com os serviços "ditos" técnicos da NOS na sexta-feira à noite e total incapacidade de resolverem a anomalia (e, neste caso, como é um serviço por eles fornecido, apenas eles o podem fazer). Depois de muita insistência, lá resolveram colocar o problema a um qualquer "esperto" da operadora dizendo-me de seguida que entrariam em contacto comigo... amanhã pelas 13.30h!!! Ou seja, quatro dias para resolverem um problema de não-funcionamento de um serviço prestado e pelo qual pago (para além de pagar à NOS bem perto de cem euros mensais).

Que fazer? Resta-me ter paciência e, entretanto, desabafar.

Cilla Black (1943 - 2015)

"Anyone Who Had A Heart" - (Hal David - Burt Bacharach) - 1964

A pré-época do SLB

O que penso da pré-época do SLB, depois de ter visto os quatro primeiros jogos, pode ser resumido no que escrevi aqui e aqui. E, muito sinceramente, nem preciso de me dar ao trabalho de ver em gravação o jogo desta madrugada. Nada parece ter mudado que justifique o sacrifício.