Com as contratações de Mitroglou e Jimenez, o SLB 2015/16, ou de Rui Vitória, parece finalmente começar a tomar forma, voltando àquela que me parece ter sido sempre a ideia do novo treinador: jogar em "transições", mas melhorando o controle e a capacidade de circulação de bola, tendo o 4x2x4 como sistema preferencial mas optando pelo 4x3x3 em alguns jogos de dificuldade superior. E porque consigo dizer isto apenas em função destas duas novas contratações? Vejamos...
Não cabe na cabeça de ninguém que com Jonas, Jonathan, Jimenez e Mitroglou, Rui Vitória não venha a optar por um 4x2x4 como sistema preferencial, com Mitroglou ou Jimenez combinando com Jonas ou Jonathan. Ora caminhando do fim para o princípio, isto é, do sistema para o modelo, parece-me muito difícil combinar um 4x2x4 com um modelo baseado na "posse", modelo esse que, aliás, não tem qualquer tradição no clube, pelo menos desde que me lembro de ser "gente". Daqui resultará a agora tão apregoada intenção do SLB (e digo isto com os maiores cuidados, pois baseio-me apenas nos "media") em contratar um "clone" de Enzo ou, melhor seria ainda, de Witsel, já que me parece ser Pizzi, em termos da sua capacidade enquanto jogador, insuficiente para a titularidade da função.
Mas Mitroglou, e talvez também Jimenez (conheço mal o jogador) poderá, nos jogos contra os melhores adversários, jogar sozinho na frente, como "pivot" da área, passando então a equipa a alinhar num 4x3x3, com Fejsa, Samaris e Pizzi (ou a nova contratação), ou até apenas com um dos primeiros acompanhando Pizzi e o tal NN/Meli no meio-campo. Aliás, pareceu-me desde o início ser esta a ideia de Rui Vitória: alternar entre os dois sistemas e, sem a equipa perder, no essencial, a sua identidade (as tais "transições rápidas"), herdada de Jorge Jesus, garantir mais alguma qualidade na circulação de bola, permitindo, em certas circunstâncias, um melhor controle do jogo. Só que, depois, e por razões que desconheço, mas que acho se prendem com aquilo que me parece ser o seu demasiado "low profile", Rui Vitoria se "perdeu na tradução".
Restam depois disto duas questões relevantes:
- Pode a equipa melhorar significativamente a sua capacidade de circulação de bola e de controle do jogo sem perder muita da sua acutilância e eficácia atacantes, ou seja, sem se ficar por uma espécie de "águas de bacalhau" ou "nem sim, nem sopas"?
- Mesmo mantendo os seus princípios e ideia de jogo, pode a equipa alternar facilmente e com perda mínima de eficácia entre um sistema preferencial (4x2x4) e um alternativo (4x3x3)?
O futuro o dirá...
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