Vamos deixar-nos de demagogias e apelos populistas e falemos com rigor: em que é que a utilização das novas tecnologias iria contribuir para decisões de arbitragem diferentes nos jogos entre o SCP e o CSKA? Muito pouco ou nada. E porquê? No lance do primeiro golo da equipa russa, em Moscovo, a decisão da equipa de arbitragem, depois de visionado o lance, dificilmente seria diferente da validação do golo: até agora ainda não vi qualquer ex-árbitro pronunciar-se em sentido contrário à legalidade do lance. No lance do golo anulado a Slimani, nenhuma câmara consegue mostrar imagens concludentes e de um ângulo mais adequado do que o do árbitro auxiliar que assinala a saída da bola. Teria de facto saído? A não ser que se utilizasse uma tecnologia idêntica à da "linha de golo", demasiado cara para poder ser "popularizada" (quem pagaria a sua utilização em todos os estádios das pré-eliminatórias, "play off" e fase de grupos da Champions League) é à qual muito raramente seria necessário recorrer (o custo unitário seria pois elevadíssimo), dificilmente o tal recurso ao "video-árbitro" resolveria o que quer que fosse. Resta, claro, o lance do "penalty" não assinalado contra o CSKA no jogo de Alvalade. Mas nesse caso duas perguntas:
- A quem competiria a decisão do recurso ao "vídeo-árbitro"? Ao capitão do SCP? Ao árbitro principal, como no "rugby" em caso de um ensaio duvidoso? No caso da decisão de recurso pertencer aos capitães de equipa, quantas vezes o poderiam fazer durante o jogo? Em que condições? No caso de tal recurso pertencer ao árbitro principal, em que condições poderia a ele recorrer? (no "rugby" tal acontece apenas no caso de ensaio duvidoso).
- Nesse lance, a decisão de recurso competiria ao árbitro de baliza (que teria tido obrigação de analisar correctamente a jogada mesmosem recurso a ajudas tecnológicas - o lance é óbvio para quem está na sua posição) ou ao árbitro principal? E se para este não existissem dúvidas sobre a legalidade do lance?
Enfim, ficam algumas questões a que não me parece a demagogia e os apelos populistas possam dar resposta inequívoca. Como nunca dão.
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