segunda-feira, agosto 10, 2015

Onde pode jogar Talisca e mais duas notas sobre a actualidade benfiquista

  1. Uma das questões prementes da actualidade benfiquista, que, aliás e em bom rigor, já vem da época passada, prende-se com a questão "onde deve jogar Talisca", isto partindo do princípio que o jogador consegue aprender o que é uma equipa de futebol e não insiste em jogar sozinho. Com as suas características (e não vale a pena enumerá-las) penso Talisca poderá jogar de duas maneiras: na ala esquerda de uma equipa em 4x3x3 num modelo de "posse", um pouco como jogava Hulk no FCP de Villas-Boas, rompendo em diagonais e aparecendo embalado na área aproveitando a sua capacidade de remate. Em alternativa, poderá fazê-lo como nº8, também num sistema de 4x3x3, mas aqui já num modelo de transições rápidas. Mas como disse, terá de aprender a "jogar à bola", isto é, a perceber o que é uma equipa de futebol, as suas dinâmicas, as movimentações colectivas e por aí fora. Consegui-lo-à?
  2. Precisa Rui Vitória de "tempo"? Não: precisaria de tempo para afinar movimentações, dinâmicas e os tais "automatismos se tivesse uma ideia de jogo definida para a equipa. Como não a tem, precisa, isso sim, em primeiro lugar de a definir e efectuar as dispensas e contratações necessárias para dar coerência ao modelo escolhido. Depois disso, então falaríamos da variável "tempo", inclusivamente para a integração de novos jogadores.
  3. Rui Vitória é um treinador competente? Não ponho isso em causa: tem uma licenciatura na área e obteve bons (até, excelentes) resultados nas equipas que treinou. Mas as realidades eram diferentes e, com as limitações de tais clubes, Rui Vitória, mais do que ter uma ideia de jogo previamente assumida, tinha que pegar no plantel existente e rentabilizá-lo, sendo relativamente indiferente o lugar na classificação desde que não abaixo daquilo a que poderíamos chamar o "grosso da coluna". Numa equipa como o SLB (ou o SCP ou o FCP), com outras exigências, que luta por títulos e se movimenta com à vontade no mercado (nos dois sentidos), o treinador só os conseguirá se tiver uma ideia de jogo clara e um plantel com ela coerente. É isso que fazem os grandes treinadores: pegar num plantel colocado à sua disposição é curto e pode mesmo gerar contradições e antagonismos fatais. Para as grandes equipas, nacionais e internacionais, o modelo do treinador, mesmo que "bom" e "competente"; que se limita a pegar num plantel e rentabilizá-lo, já é coisa do passado. 

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