Na Assembleia da República, a "casa da democracia" e de onde, por isso mesmo, emana a soberania popular, devem poder usar da palavra, em ocasiões solenes e comemorativas, todos aqueles que o povo, concordemos ou discordemos da sua acção e ideias, directa ou indirectamente elegeu, desde que respeitem o Estado de Direito e a soberania popular: deputados, membros dos governos e Presidente da República. Assim sendo, apesar de todo o respeito e admiração que sinto pelos militares de Abril, não vejo qualquer razão para algum deles usar da palavra da sessão comemorativa do 25 de Abril. Acho mesmo, na sua pretensão, estarmos perante uma espécie de tique autoritário, um género de quase desejo de regresso à "democracia tutelada". Tendo dito isto, direi também que a sua ausência será lamentável e não deixará de retirar força e significado a uma data que devia pertencer a todos os democratas. Espero por isso reconsiderem.
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