A estupidez das pessoas não tem limites e a da grande maioria dos jornalistas e comentadores de futebol ainda menos. Pois não é que vejo por aí dominante a opinião de que a selecção portuguesa "até entrou bem no jogo", a "pressionar alto" e jogando "olhos nos olhos" com os alemães? Pois eu direi - e já o fiz aqui - que o problema começou aí mesmo, em querer jogar em "pressão alta" e de "igual para igual" com esta fortíssima selecção da Alemanha (um género de misto Bayern/Borussia, não sei se já perceberam), mais a mais com Hugo Almeida e Cristiano Ronaldo, jogadores muito mais adequados para explorarem, a partir de um bloco baixo, as transições rápidas e o eventual espaço deixado livre atrás da defesa contrária. Ao entrar do modo como entrou (que lhes terá passado pela cabeça, a jogadores e equipa técnica?), a selecção portuguesa pôs-se a jeito e a partir dos 11', em inferioridade no marcador, lá se foi qualquer possível hipótese de optar pelo plano que me pareceria mais adequado. Digamos que a jogar como o fez, a selecção portuguesa, em vez de optar pela estratégia anglo/lusa de Aljubarrota, resolveu fazer o papel da cavalaria francesa em Crécy, Poitiers e Azincourt, e a da franco/castelhana na mesma Aljubarrota. Desastre.
Quero dizer com isto que com a estratégia adequada os portugueses poderiam não ter perdido o jogo? Não me parece; não sou doido nem vou tão longe. Mas poderiam, pelo menos, ter evitado a goleada e o enxovalho, o que, sendo realista, era tudo o que se lhes pedia: uma derrota assim pelo tangencial ou, com uma dose cavalar de sorte e igual ajuda dos deuses e dos santos milagreiros, um empatezito providencial. Assim, puseram-se a jeito e foi o que se viu.
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