quarta-feira, junho 11, 2014

E se Cavaco Silva convocasse eleições?

E se Cavaco Silva, sabendo de antemão será quase impossível a uma coligação PSD/CDS alcançar um resultado significativo nas eleições legislativas, muito menos uma maioria absoluta, resolvesse convocar eleições antecipadas enquanto o PS está em confusão quase total, dando a Seguro uma hipótese de liderar o partido nessas eleições e possibilitando assim  à actual coligação a obtenção de um melhor resultado eleitoral e, consequentemente, a forte hipótese de vir a liderar um futuro governo ou negociar nele a sua participação em posição um pouco mais favorável? Maquiavélico? Nem tanto assim: Passos Coelho e Paulo Portas fingir-se-iam vítimas, mas, na realidade, Cavaco Silva acabaria deste modo por prestar aos "seus" um último serviço.

4 comentários:

Rui disse...

Carissimo,
Apesar de tudo seria um prémio para a perseverança de Passos Coelho. Muita coisa este governo fez mal, nomeadamente não ter de início cortado radicalmente na despesa. Mas francamente, nunca ouvi, para além disso, soluções alternativas para pagar aquilo que devemos e que os nossos credores, com toda razão, nos exigem. Já agora e a propósito: alguem já ouviu o que é que o Dr. Costa irá fazer de diferente? É que o avançar da idade provoca-me alguma surdez...
Gostaria de esclarecer, para terminar, que não sou filiado nem simpatizante de nenhum partido politico... Livra!

Abraço

Rui disse...

Carissimo,
Apesar de tudo seria um prémio para a perseverança de Passos Coelho. Muita coisa este governo fez mal, nomeadamente não ter de início cortado radicalmente na despesa. Mas francamente, nunca ouvi, para além disso, soluções alternativas para pagar aquilo que devemos e que os nossos credores, com toda razão, nos exigem. Já agora e a propósito: alguem já ouviu o que é que o Dr. Costa irá fazer de diferente? É que o avançar da idade provoca-me alguma surdez...
Gostaria de esclarecer, para terminar, que não sou filiado nem simpatizante de nenhum partido politico... Livra!

Abraço

JC disse...

1. Sim, se alguma qualidade tem PPC é essa tal perseverança. Reconheço. Mas o que lhe resta?
2. Cortes a sério na despesa implicam cortes no Estado Social e despedimentos ou cortes de salários na função pública. Vamos por partes: sou, como sabe, um defensor do Estado Social. Pode ser racionalizado, e o 1º governo Sócrates tentou fazê-lo, contra os sindicatos e autarquias, e não conseguiu ou teve coragem de levar essa racionalização mais longe. Mas se queremos manter um Estado Social eficaz, e eu quero, essa racionalização tem limites. 2. Cortar salários sem acordo de ambas as partes significa rasgar um contrato unilateralmente, pelo que o considero ilegal. É mais ou menos à Vale e Azevedo. Se existir acordo das partes, mtº bem, mas faltam-nos sindicatos independentes e reformistas. Já sobre despedimentos da função pública a minha opinião é diferente: deviam ter sido feitos desde o início baseados numa avaliação de desempenho credível e tb numa avaliação das necessidades e reformulação dos vários serviços públicos. Seria o modo mais justo de diminuir a despesa com ordenados e salários e por alguma razão os funcionários públicos sempre resistiram a qq avaliação...
3. Mesmo que o programa de Costa não possa ser radicalmente diferente - e não pode, não tenho demasiadas ilusões - tem uma experiência e visão da política, digamos que um "savoir faire" e até uma aceitação pública, que podem fazer alguma (disse "alguma") diferença e conseguir alguns compromissos (o que é diferente de "consenso")de que o país precisa, principalmente agregando ao PS personalidades de uma dtª menos "revolucionária" e "radical" do que esta espécie de "Tea Party" actualmente no poder. E não faltam exemplos...
4. Como bem sabe, hoje em dia uma grande parte dos credores é a Banca portuguesa. Para além disso, negociações com os credores são sempre possíveis e mais tarde ou mais cedo vão ter de ser feitas, pelo menos sobre juros e prazos de pagamtº, já que, de outro modo, esta dívida é impagável. Precisamos de gente com bom-senso, experiência política, de pensamento moderado e com capacidade agregadora. Ou seja, mtª gente que não se reconhece na extrema-esquerda, no populismo demagógico dos Marinhos Pintos e no radicalismo do actual governo. Se formos a ver, acho ainda somos uma maioria.
Abraço

JC disse...
Este comentário foi removido pelo autor.