É óbvio que ninguém de boa fé e no seu perfeito juízo acredita que o SLB vendeu o passe do jogador Ezequiel Garay por seis milhões de euros. E se quisermos ir um pouco mais longe, "idem, idem, aspas, aspas", no que diz respeito aos quinze milhões arrecadados com a venda de André Gomes. No primeiro caso, e face aos valores correntes no mercado, o valor peca por defeito; no segundo, suspeito que por excesso. Podemos apenas especular dizendo que "isto anda tudo ligado" ou que o SLB assim se escapa de pagar ao Real Madrid 50% do valor real da transacção do internacional argentino, e o que mais adiante ainda neste defeso por certo se verá.
O problema é que a CMVM engole isto tudo sem pestanejar, embora, aparentemente, possamos não estar aqui perante uma ilegalidade "pura e dura" (devo dizer que desconheço a legislação), mas apenas perante um processo de engenharia financeira assaz primitivo, do tipo "tira daqui, põe ali". Mas, se provar o que quer que seja me parece difícil - e até o esclarecimento cabal a sócios e accionistas da SAD me parece problemático sem pôr a nu os contornos do negócio - competiria pelo menos à entidade reguladora mostrar que existe, num mercado que movimenta milhões mas onde a regulamentação e a transparência tardam em chegar, como o prova também um negócio promovido pelo FCP há mais de dez anos que ainda se encontra sob investigação. Mas que mais se poderá dizer quando FIFA e UEFA, a quem competia dar o exemplo, permitem "compras e vendas" já com as competições a decorrerem e onde o empréstimo de jogadores entre clubes que disputam essas mesmas competições é prática corrente?
Já agora: não vi ainda nos jornais desportivos "online" e no "Record" em papel (o único que já folheei) qualquer tentativa de análise do negócio.
2 comentários:
quanto deste dinheiro ficará no clube ???
Tiro na água, caro gps. As SAD são auditadas, por isso tudo o que é declarado à CMVM tem de estar reflectido nas respectivas contas.
Enviar um comentário