Sou dos que pensam não existe liberdade nem democracia liberal sem uma economia baseada na livre iniciativa empresarial - regulada e regulamentada e salvaguardando os chamados interesses estratégicos de cada país, acrescente-se. E também sei que não existe livre iniciativa sem grupos económicos fortes e saudáveis, só composta pelas tais micro, pequenas e médias empresas. É por isso, depois do descrédito em que caíram os políticos e também do caso de polícia que foi e é o BPN, que leio com especial preocupação as notícias sobre as alegadas irregularidades atribuídas ao Grupo Espírito Santo, que acabam por afectar não só o grupo económico e a família, mas também a Banca, todo o mundo empresarial e dos negócios e, por acréscimo, o regime. É que, ao contrário do que acontece com o BPN, já não estamos aqui perante um grupo de arrivistas sem escrúpulos - pelo menos em teoria, facilmente isoláveis - mas perante gente com outro tipo de "background" político e social e cuja actividade bancária, empresarial e até cultural atravessou séculos e regimes, apoiando e apoiando-se em todos eles e identificando-se com a História do país desde o século XIX. Muitos regimes, democráticos ou não, já caíram perante este "caldo de cultura". Preocupante, pois claro.
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