De uma coisa Rui Vitória tem de se convencer: não pode fazer a "quadratura do círculo". Isto é, a equipa não pode manter o sistema de jogo de Jorge Jesus (4x4x2 ou, melhor, 4x2x4) sem Jorge Jesus, isto é, sem a personalidade deste (para o bem e para o mal), treinando de outro modo e alterando modelo e princípios de jogo que permitem esse sistema se exprima com alguma eficácia. Como Rui Vitória parece ser um homem demasiado "low profile" para fazer o que se poderia chamar, com alguma liberdade, um "corte epistemológico" no futebol da equipa, esta está condenada a navegar numa espécie de águas turvas, numa indefinição do seu futebol cujas fragilidades defensivas são o resultado mais evidente. Acresce que efectuar esse tal "corte epistemológico" a meio de uma época e com um plantel construído para e "viciado" em seis anos de "modelo" Jorge Jesus - e mesmo que Rui Vitória fosse homem para o fazer - me parece quase impossível e obra que traria custos desportivos ainda maiores para o clube. Conclusão: ou eu me engano muito ou perdeu-se uma época.
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