António José Seguro opõe-se à privatização da TAP e propõe como alternativa a venda de 50% da transportadora a capitais oriundos dos países da lusofonia, citando especificamente Angola, Moçambique e o Brasil (ter-se-à esquecido da Guiné Equatorial). O que se esqueceu de explicar foram:
- As razões que tornariam interessante para esses capitais a compra de 50% da TAP e por que razão o Estado português deveria optar por essa solução e não por quaisquer outros eventuais interessados ou pela alienação da totalidade do capital da companhia aérea.
- Se considera que em Angola e Moçambique existem capitais privados. Por exemplo, se considera os investimentos angolanos, e, já agora, também chineses, em Portugal investimentos privados. Caso os não considere, e como, segundo a sua proposta, 50% do capital continuaria na posse do Estado, deveria esclarecer se preferia subordinar os interesses da TAP e do Estado português aos interesses dos governos de Angola e Moçambique em vez de abrir o seu capital a privados.
- Por último, se acha que mesmo com 50% do capital (partindo o princípio que alguém aceitaria um partilha deste tipo) mas com parceiros com o poder de Angola e Brasil o Estado português teria peso suficiente na parceria para decidir fosse o que fosse. Parece que ainda não percebeu o que se passa na CPLP.
Claro que António José Seguro não pensou em nada disto e se limitou a dizer uns disparates que acha serem populares e pensa lhe poderão angariar alguma simpatia na batalha que trava contra António Costa. Mas parece que os jornalista não perceberam isso e se esqueceram de lhe fazer algumas perguntas. Foi pena.
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