Ora vamos lá ver, embora a coisa não passe quase de um "fait divers".
Cavaco Silva é quem é, nasceu onde nasceu - aliás, nunca o escondeu - e numa república democrática qualquer cidadão pode, felizmente, ascender, por escolha dos seus concidadãos, à chefia do Estado, desde que cumpridos determinados preceitos legais (em Portugal, ser maior de 35 anos e ter tido sempre a nacionalidade portuguesa, para além de outras "minudências"). Por isso mesmo, Cavaco Silva não é obrigado a ter nascido ensinado: alguém pouco avisado lhe terá um dia dito que era chique beijar a mão a uma senhora, principal mente sendo rainha (para além de nova e "gira") e pronto, ele acreditou; fizesse o mesmo à rainha de Inglaterra e eu gostaria de ter visto - mas aí a coisa "fia mais fino".
Mas sendo quem é - e mesmo que outro fosse - Cavaco Silva não tem, neste caso, qualquer responsabilidade por quase ter "lambido a mão" a Letízia Ortiz: é para gerir coisas deste género que existe o chamado Protocolo de Estado, dirigido por um embaixador de carreira, e caberia a esse mesmo Protocolo definir junto de Cavaco Silva e de outras entidades oficiais quais as formas de tratamento e cumprimento adequadas na circunstância, para além de tudo o resto que é habitual em visitas deste tipo. Poupava Cavaco Silva - que bem ou mal é Presidente da República - à chacota e o Estado português ao ridículo.
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