A Argentina deu ontem uma lição táctica de como se deve jogar contra esta Alemanha: "bloco" baixo, linhas juntas, fecho de todo e qualquer espaço e saídas rápidas a jogar, neste caso através da rapidez e técnica de Messi e Lavezzi, principalmente, com a sua capacidade de aceleração com a bola colada aos pés e superioridade no "um para um". Foi isso que Portugal deveria ter feito, neste caso aproveitando a capacidade de Cristiano e Hugo Almeida para ganharem vantagem nos "sprints" longos e para caírem nas costas dos defesas contrários. Foi o contrário disso o que o Brasil fez, desposicionando-se defensivamente com invulgar frequência (e é nos equilíbrios e transições defensivas que melhor se vê o dedo do treinador) e, mesmo sem Neymar, não aproveitando a capacidade de condução de bola de jogadores como Óscar e Willian.
Não chegou, e ainda bem, pois não só ganhou a melhor equipa do Mundial, como eu tenho esta eterna mania de, salvo muito raras excepções, torcer sempre pelos "meus" europeus contra qualquer tipo de intromissão de gringos". A Argentina até teve as melhores oportunidades? Sim, talvez, mas quem, como eu, vê futebol e tem o bom hábito de o discutir quase desde que nasceu, está farto de grandes exibições e superioridade em oportunidades de golo, para, no fim, a maior parte das vezes, ganhar a melhor equipa, a mais concentrada, mais "madura", a mais fiel aos seus princípios e ideias (e a Argentina teve de abdicar de alguns dos seus) e, por fim, no conjunto, aquela com melhores jogadores. E não foram os alemães quem, por inépcia e desconcentração, falharam dois ou três golos em frente de Manuel Neuer.
Nota. Já agora, e a propósito de Manuel Neuer, perceberam bem a diferença entre um grande guarda-redes, de classe mundial, e uns daqueles de "engate", que por lá apareceram em equipas menores, a dar espectáculo e que deixaram quase toda a gente boquiaberta, com ar de papalvos?
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