segunda-feira, dezembro 02, 2013

O FCP e a escolha de Paulo Fonseca

Que tem Paulo Fonseca a ver com Vítor Pereira, André Villas-Boas, Jesualdo Ferreira e José Mourinho? Obviamente que nada. Não vem na linha de um conjunto de treinadores com formação académica, nunca conheceu o futebol "à séria" (Mourinho já tinha passado pelos SCP e pelo Barça, em funções secundárias, e pelo SLB como treinador, Villas-Boas tinha acompanhado aquele no Chelsea e Inter e Vítor Pereira já conhecia bem o clube, enquanto Fonseca se limitou a treinar o Pinhalnovense, o Desportivo das Aves e o FC Paços de Ferreira) e, também ao contrário dos seus antecessores, fez carreira como jogador profissional, embora a um nível mediano, que é o mesmo que dizer, provinciano. Significa isto que nem o FCP, com toda a "influência" que ainda detém nos bastidores do futebol português (basta ver o mais do que ridículo "penalty" assinalado a seu favor no jogo com a AAC) e com a tal "estrutura" de que tantos gostam de falar para explicar o que é bem mais facilmente explicável por palavras mais claras, consegue escapar a uma má escolha de treinador, isto é, uma escolha que não obedece a quaisquer critérios de racionalidade e vem ao arrepio da lógica que presidiu a melhor sucedidas escolhas anteriores. Se a administração do FCP fez essa escolha com total liberdade ou não (e estou obviamente a falar de Jorge Mendes) é circunstância que desconheço. Mas não só tal não a iliba de responsabilidades, como, a ter acontecido o condicionalismo, até constituirá mesmo circunstância agravante. Por mim, como benfiquista, agradeço a "graça concedida".

2 comentários:

Vic disse...

Meu caro, penso que os actuais problemas do FCP não passam só pela "má" contratação do treinador (em relação a este, no princípio da época e depois de algumas declarações deslumbradas de Paulo Fonseca em relação ao plantel que tinha, referi entre amigos, que se tratava de uma situação muito similar à que envolvera Quinito há uns bons anos, e que foi despedido pela 10ª jornada, se não me engano, lembra-se?) .
Outro problema terão sido as más contratações efectuadas - enfim, não é só o SCP que enfia barretes como o Pongole - porque qualquer dos que já vi jogar, ainda não descobri nenhum com categoria para jogar num clube com as ambições do FCP, nomeadamente a nível de Liga dos Campeões.
Depois, em tudo na vida é preciso ter um pouco de sorte, e a verdade é que o FCP a tem tido nos últimos anos, quando, vendendo jogadores importantes como Falcão, por exemplo, têm a sorte de encontrar substitutos à altura como Jackson.
Desta vez a sorte não lhe sorriu, mas também era difícil, porque muito, mas muito difícil seria encontrar um jogador com a dinâmica de João Moutinho, e em menor escala, os repentes de James. E é aí que bate o ponto: aquele meio campo não funciona, e as alas não têm qualquer criatividade.
E é claro que com tudo isso também eu me congratulo. Afinal, não há infalíveis.

Um abraço

JC disse...

1. não digo passem só pela má escolha do treinador. mas quando se efectua uma ruptura, há que avaliar os riscos.
2. Não tem sido apenas sorte nas contratações. O FCP tem uma boa equipa de "scouting", tem dominado o mercado nacional, com um grupo de treinadores "por conta" a trabalhar em outros clubes que efectua relatórios para o FCP, e paga melhor que qualquer outro clube em Portugal. Para além disso, o seu registo a nível interno e externo exerce alguma capacidade de atracção para jogadores vindos da Colômbia, México, etc.
Abraço