Ora vamos lá ver... O que deveria estar em causa (ou em equação) neste momento não deveria ser uma qualquer mirífica unidade da esquerda (qual esquerda? com que opções? com um PCP que rejeita a democracia liberal, o Euro e a UE?), algo à partida, por condicionalismos internos e externos, condenado ao fracasso, ou mesmo se o PS deverá governar com PSD e CDS em futuro executivo saído das eleições legislativas de 2015. O que tem forçosamente de estar em causa, neste momento, é a capacidade do PS, antes e depois das próximas eleições legislativas, agregar em torno de uma plataforma por si liderada e com reflexo num futuro governo de coligação todos aqueles - sociais-democratas, liberais-sociais, liberais de esquerda, cristãos-democratas - que se não revêm nas opções radicais do actual governo e na linha dominante no PSD. Esta é a questão-chave, a única opção realista, só possível com uma derrota clara do PSD nas europeias e legislativas que force um afastamento do "passismo" da sua liderança e proporcione uma inflexão nas poucas convicções políticas do CDS. E, claro, para que esta estratégia resulte será também necessário que o PS não perca capacidade de atracção à sua esquerda. O resto, desculpem-me os bem intencionados, é conversa para entreter.
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