Devo talvez pertencer a uma minoria de portugueses que não gostou mesmo nada de assistir ontem ao triste espectáculo de ver dois banqueiros insultando-se e lavando roupa suja em público, embora em momentos separados, na Assembleia da República. Sou dos que pensam o comportamento dos banqueiros, a quem damos a guardar e a gerir o nosso dinheiro, tal como o dos juízes e médicos aos quais confiamos o julgamento que nos pode privar da liberdade e a nossa saúde e bem-estar, se deve pautar por valores de sobriedade e discrição - já para não falar de honestidade - o que nunca será impeditivo do apuramento da verdade quando irregularidades possam ter sido cometidas. Aliás, o "mood & tone" dos depoimentos de ontem de Salgado e Ricciardi acabou por se tornar em argumento de peso para aqueles que, na esquerda radical, são de opinião "serem os bancos demasiado importantes para estarem nas mãos dos banqueiros". Se calhar, nunca nenhum deles terá pensado nisso, o que só vem agravar a situação.
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