Vale a pena ler este artigo de Carlos Gaspar no "Público". Permito-me apenas acrescentar dois pontos:
- Foi o facto da luta política contra as tentativas hegemónicas do Partido Comunista ter sido dirigida por Mário Soares que permitiu ao PS crescer e tornar-se um partido-charneira da democracia portuguesa, apesar de todas as contradições que tal trouxe para o partido e ainda hoje estão reflectidas na sua composição e comportamento. A nova e velha direita (talvez até mais aquela do que esta) não perdoam tal coisa.
- Foi também o facto da transição democrática ter tido Mário Soares e o PS como principais protagonistas que permitiu ao regime evoluir para uma democracia liberal, centrada nos partidos políticos (incluindo o PCP, de pleno direito) e no parlamento, e não para um qualquer bonapartismo messiânico, centrado em Spínola e mais ou menos autoritário, como aliás foi proposta de Sá Carneiro e do então PPD naquilo que ficou conhecido como "tentativa de golpe da Manutenção Militar", ou de Palma Carlos. Um triste episódio que ambas as direitas, a velha e a nova, têm tentado convenientemente esquecer e que acabou por nos legar o "gonçalvismo".
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