André Almeida é aquilo que no tempo em que comecei a ver futebol "à séria" se chamava um jogador-operário. Não é um portento de técnica mas a bola também não atrapalha demasiado, é polivalente nas acções defensivas, raçudo, compreende razoavelmente o jogo, enfim, não deslumbra mas lá vai fazendo o seu papel de um suplente que pode sempre entrar na equipa sem os adeptos arriscarem um AVC de cada vez que toca na bola. Mas atenção, o que não pode é, num modelo que, nas acções atacantes, depende demasiado da profundidade nas alas, jogar a defesa-esquerdo num jogo em que se prevê o SLB venha a ter uma percentagem elevada de posse de bola e precise essencialmente de atacar. Como Gaitán - e muito bem - tem tendência para efectuar diagonais e Almeida é destro e pouco rápido a recuperar dos seus pouco eficazes, em função das deficiências do seu pé esquerdo, adiantamentos, o flanco perde profundidade e a equipa fica coxa. Ontem, sem Talisca a descair para o flanco esquerdo compensando as diagonais de Gaitán, esse mesmo flanco esquerdo só funcionou a espaços, quando Ola John por lá passou. Já na final da Taça perdida para o VSC tinha sido o mesmo e motivou mesmo problemas entre Jorge Jesus e Melgarejo (via Oscar Cardozo). Benito, que é canhoto, não é fantástico? Talvez não (gostaria de saber o que se diria se tivesse sido ele o autor do "chuto na atmosfera" que dá origem ao primeiro golo do SC Braga!), mas não será assim tão medíocre para, neste jogos (nas Antas a conversa é outra), não poder ser uma alternativa mais eficaz do que André Almeida.
Nota: tenho lido que os problemas do SLB ontem terão sido a falta de eficácia e a exibição do guarda-redes contrário. Permito-me discordar, embora tal tenha tido o seu peso: quem, em casa, sofre dois golos do SC Braga, uma equipa do primeiro quarto do futebol português, arrisca-se sempre a perder o jogo. Foi o que aconteceu.
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