Algo que ainda não entendi e o Partido Socialista terá de explicar: em caso de necessidade, e para redução do "déficit", o partido prefere, pelo menos em termos gerais e abstractos, optar pela redução da despesa, sacrificando necessariamente áreas fundamentais do Estado Social, ou aumentar a receita fiscal, mormente através do agravamento de impostos progressivos sobre o rendimento das famílias e das empresas? Como partido social-democrata que é, ou pelo menos pretende ser, eu diria que a segunda hipótese seria a que melhor se enquadra na sua ideologia e não deveria ter medo em assumi-la. Mas esse seu receio apenas demonstra até que ponto a ideologia ultra-liberal dos cortes no Estado Social e da redução de impostos impregnou todo o espaço político e toda a sociedade, acabando por retirar qualquer autonomia ideológica e de acção a uma social-democracia europeia que, assim, se vê condenada ao definhamento.
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