Confesso não tenho estado demasiado atento à campanha para as europeias. Mas por aquilo que tenho lido nos "media", parece-me que pela linguagem utilizada, mais própria dos "fóruns de opinião" ou daqueles programas de futebol onde apenas se discutem arbitragens, os candidatos Rangel e Assis, um género de Dupond e Dupont da política portuguesa, têm falado bem mais para um núcleo restrito dos seus apoiantes do que para os indecisos ou potencias abstencionistas. Para piorar as coisas, acresce que o debate (foi mais uma entrevista colectiva) entre os candidatos a Presidente da Comissão Europeia, transmitido ontem na RTPInfo, já de si pouco atractivo para a maioria esmagadora dos eleitores portugueses, pelo formato utilizado, incluindo a resposta/minuto e a tradução simultânea, provocava enorme afastamento entre esses candidatos e os telespectadores, quase transformando os primeiros em "robots" programados para debitarem um discurso político vago e pré-formatado. Digamos que perante o actual afastamento dos cidadãos da política, o convencimento quase generalizado de que os socialistas, aqui e na Europa, não oferecem uma verdadeira alternativa e a não existência de candidaturas de "fora do sistema" (neste caso, felizmente) - e isto apesar da oportunidade única para mostrar aceitação ou recusa das políticas radicais do actual governo e da "troika - o cenário, para os que, como eu, se situam no campo da democracia liberal e representativa e ainda não descrêem completamente da UE, não é lá muito motivador para nos fazer sair de casa no próximo dia 25. Espero estar enganado.
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