É óbvio que ninguém pode esperar de António Costa outra resposta ao "caso Sócrates" senão o habitual "à justiça o que é da justiça, à política o que é da política". Com o seu ex-líder detido preventivamente, os graves problemas que afectam a social-democracia europeia e o drama grego, António Costa e o Partido Socialista já têm problemas de sobra com que se debaterem e Costa, com razão ou sem ela nesta sua habitual resposta, é um homem sensato e não tem vocação suicidária.
Mas se "à justiça o que é da justiça e à política o que é da política", alguém já deveria ter perguntado ao líder do PS o que acha de um ex-primeiro ministro e líder partidário ter aceite dinheiro emprestado, favores ou benesses de um accionista (ou dono, se quiserem) de uma empresa grande fornecedora do Estado. Estamos aqui no âmbito estrito da política e não perante qualquer tipo de especulação ou afirmação retirada cirurgicamente do processo, mas perante algo José Sócrates já declarou ter efectivamente acontecido. Claro que seria uma pergunta de certo modo embaraçosa para António Costa (ou até talvez o não fosse), mas para isso existe o jornalismo e não para fazer fretes ou propaganda política repetindo "ad nauseam" a "vulgata" da direita sobre a origem da crise e a situação na Grécia e na UE.
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