Tinha estado a última e única vez em Amesterdão já lá vão 41 anos; depois disso, tanto a minha vida profissional como a pessoal levaram-me a outros rumos e, por uma ou outra razão, acabei por nunca voltar. Até agora.
Em 1973, Amesterdão era uma cidade libertária e libertina, os "provos" tinham sido eleitos há poucos anos para o Conselho Municipal e a cidade era ainda refúgio de hippies tardios. Para mim, na casa dos vinte anos, a viver sob uma ditadura ultra-conservadora e recentemente saído do serviço militar obrigatório, claro que a cidade foi uma revelação, um "happening", isto apesar de já ter estado em Paris e Londres (Espanha não contava para estas coisas), ter uma família com raízes estrangeiras e um pai que, para a época, viajava regularmente e ia contando do que via.
Passados 40 anos, o espírito libertário desapareceu e o carácter libertino da cidade transformou-se em comércio rasca para o turismo de massas: as sex-shops confundem-se com as lojas de "souvenirs" para turistas, as raparigas das montras mais parecem figurantes pagas pelo município para manter artificialmente o tal espírito libertino e na Damplein e ruas próximas pululam restaurante rascas, pseudo-étnicos. Mas alguns canais, principalmente o Egelantiersgracht, mantêm o seu encanto, alguns cafés e bares também valem o nosso tempo, o Rijksmuseum e o bairro dos museus valem sempre uma visita demorada (também o museu Van Gogh, para os apreciadores - não sou) e até se pode ter a sorte de haver algo que valha a pena ouvir e ver no Concertgebouw. Ah!, e na Amsterdam Centraal há excelentes comboios que nos levam a Utreque, Haia (Den Haag), Leiden, etc. E essas, sim, valem bem a pena.
2 comentários:
E ao Haarlem, também.
Amsterdão é uma cidade com enchentes turisticas (de massas) durante todo o ano (maior afluência nos meses de verão, claro). A moda agora são os turistas dos países de leste (ex-urss) que aproveitam a abertura para frequentarem os coffee shops e fumar umas ganzas.
Tb fiquei com essa sensação. De repente,entraram no mercado mais uns milhões de turistas vindos do leste, e isso é notório. O centro de Amesterdão está de fugir.
Cumprimentos.
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