Tenho pena o Estoril Open (será sempre Estoril Open, por muitos nomes que lhe dêem) chegue ao fim. Em primeiro lugar, porque gosto de ténis, e, convenhamos, ter um torneio, mesmo que de média dimensão, aqui mesmo ao lado era sempre interessante; em segundo lugar, porque tive oportunidade de coordenar alguns patrocínios empresariais e de marcas a eventos organizados pela Lagos Sports ("Open de Portugal" em golfe e "Volta a Portugal" em bicicleta) e pouco ou quase nada tive a apontar ao profissionalismo e capacidade organizativa da empresa; por último, porque nestas "andanças" tive oportunidade de conhecer João Lagos e sempre mantive com ele e com a Lagos Sports um bom e saudável relacionamento. Mas sejamos honestos (e isto nada tem a ver com a capacidade demonstrada pela Lagos Sports e pelo seu principal rosto): o Estoril Open só foi sobrevivendo graças ao apoio do Grupo Espírito Santo (incluindo a PT no "pacote"), com ligações familiares e de amizade a João Lagos, e do Estado português (CGD e Turismo de Portugal), no seu conjunto os principais patrocinadores do torneio, sem que esses patrocínios tivessem na sua base qualquer racional custo/benefício mas apenas relações de carácter pessoal e de muito contestável interesse ou, pior ainda, "desígnio nacional". Mas, infelizmente, esta é uma situação que espelha bem alguma fragilidade da estrutura empresarial portuguesa, com pouca capacidade para sobreviver autonomamente (por um lado) e com idêntica incapacidade para, numa base puramente racional e não por outras quaisquer razões, patrocinar eventos de alguma dimensão (veja-se o caso actual da Liga Portuguesa de Futebol Profissional).
Tal como João Lagos, espero um dia o Estoril Open regresse, mas apenas se em bases bem mais saudáveis do que aquelas em que assentou no passado. Será sinal de que algumas coisas terão mudado, no bom sentido, no profissionalismo e capacidade de actuação do Estado e de muitas empresas portuguesas.
Sem comentários:
Enviar um comentário