Nada que me pareça propositado - o que não significa não o seja -, mas parece depreender-se das reacções do PS ao "caso Sócrates" uma espécie de estratégia "dual": de um lado, o PS "oficial", tentando "separar a política da justiça" e isolar a detenção de José Sócrates no restrito círculo de "um caso de Justiça", mantendo a respeitabilidade política; por outro, algumas figuras que não ocupam cargos dirigentes no partido, pelo menos nas primeiras linhas, mas com indiscutível importância política e impacto mediático, como é o caso de Mário Soares (mas não só), que jogam tudo na sua politização e na tese da "cabala", com isto tentando responder à letra aos sectores mais extremistas e radicais do PSD, bem visíveis nas redes sociais, e gerar um ambiente de vitimização em torno do ex-primeiro-ministro e do PS que pode, indiscutivelmente, vir a render frutos políticos e eleitorais.
Uma vez mais: parece-me bem menos uma estratégia pensada e estruturada mas algo bem mais fruto da casualidade e das circunstâncias. Mas não só em política "o que parece, é" como também, a ter sido definida de forma pensada, e embora possa geral perplexidade e sentimentos contraditórios em muitos cidadãos, pode não vir a revelar-se muito má ideia. Veremos, já que à velocidade a que os acontecimentos políticos estão a ocorrer, "prognósticos só mesmo no fim do jogo".
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