Meu caro Tiago Barbosa Ribeiro:
Transcrevendo as suas próprias palavras. Diz você: - “vamos ver se nos entendemos: ou concluímos de uma vez por todas que estamos em guerra - o que continua a ser negado neste continente - e que por isso devem vigorar medidas de excepção como a proibição de uma ópera de Mozart, ou então a mutilação intelectual das nossas liberdades é cada vez mais profunda e irreversível” – Quer isto dizer: se admitirmos que estamos em guerra (esta guerra em particular e não uma guerra qualquer, em abstracto, e isto é muito importante), e eu até posso admitir a premissa como verdadeira, já poderemos aceitar que vigorem medidas de excepção, como a proibição de uma ópera da Mozart, que provoquem a "mutilação intelectual das nossas liberdades". É claro que v. poderá sempre responder que as guerras obrigam frequentemente à aceitação de restrições temporárias a essas mesmas liberdades. Aconteceu assim, por exemplo, neste continente, durante a WWII. Mas é aqui que temos de entrar em consideração com o facto de não se tratar de uma guerra em abstracto, mas sim de uma guerra contra o “terrorismo fundamentalista islâmico”, de duração indeterminada e que obriga à adopção de uma estratégia específica para que se atinjam objectivos concretos. Devemos então perguntar-nos: essas restrições têm um papel fundamental nessa estratégia e são indispensáveis (ou pelo menos muito importantes) para ela ser bem sucedida? Não serão mesmo contraproducentes no longo prazo e, talvez, um sinal de capitulação? Uma vez que estamos numa guerra longa, de duração indeterminada, talvez mesmo muito mais longa do que qualquer guerra conhecida e que é travada em nome da modernidade e do progresso, devemos aceitar que essas restrições se tornem norma, contribuindo , aqui sim, para um regresso a uma qualquer “idade das trevas”?
Ficam as perguntas...
Transcrevendo as suas próprias palavras. Diz você: - “vamos ver se nos entendemos: ou concluímos de uma vez por todas que estamos em guerra - o que continua a ser negado neste continente - e que por isso devem vigorar medidas de excepção como a proibição de uma ópera de Mozart, ou então a mutilação intelectual das nossas liberdades é cada vez mais profunda e irreversível” – Quer isto dizer: se admitirmos que estamos em guerra (esta guerra em particular e não uma guerra qualquer, em abstracto, e isto é muito importante), e eu até posso admitir a premissa como verdadeira, já poderemos aceitar que vigorem medidas de excepção, como a proibição de uma ópera da Mozart, que provoquem a "mutilação intelectual das nossas liberdades". É claro que v. poderá sempre responder que as guerras obrigam frequentemente à aceitação de restrições temporárias a essas mesmas liberdades. Aconteceu assim, por exemplo, neste continente, durante a WWII. Mas é aqui que temos de entrar em consideração com o facto de não se tratar de uma guerra em abstracto, mas sim de uma guerra contra o “terrorismo fundamentalista islâmico”, de duração indeterminada e que obriga à adopção de uma estratégia específica para que se atinjam objectivos concretos. Devemos então perguntar-nos: essas restrições têm um papel fundamental nessa estratégia e são indispensáveis (ou pelo menos muito importantes) para ela ser bem sucedida? Não serão mesmo contraproducentes no longo prazo e, talvez, um sinal de capitulação? Uma vez que estamos numa guerra longa, de duração indeterminada, talvez mesmo muito mais longa do que qualquer guerra conhecida e que é travada em nome da modernidade e do progresso, devemos aceitar que essas restrições se tornem norma, contribuindo , aqui sim, para um regresso a uma qualquer “idade das trevas”?
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