Parece que Gil Vicente deixou definitivamente de ser aquele outro, o do teatro, memória de tempos de Liceu quando tentávamos encontrar uma versão não censurada, pelas almas zelosas dos bons costumes da ditadura, do "Quem Tem Farelos?" ou, um pouco mais tarde, memórias, que o são também, dos inícios de alguns grupos independentes de teatro, talvez a "Comuna", não me lembro bem. Agora, o "Gil Vicente" tem aspas e é o de um tal de Fiúza, que, dizem, "subiu na vida a pulso", "a gente" imagina que "vida" e a que "pulso". Bom, mas está quase tudo dito e não vale a pena falar do já falado. Mas digam-me:
- A Câmara de Barcelos "ofereceu", há dois ou três anos, um estádio novinho em folha ao "Gil Vicente" (com aspas), para substituir o antigo manifestamente inadequado para o futebol profissional. O estádio até é aquilo que todos os estádios da 1ª Liga portuguesa deveriam ser, excepto os dos três grandes, o do Vitória de Guimarães (que tem razoáveis assistências) e o do União de Leiria, que pelas assistências que tem bem podia jogar no multiusos lá da terra com relva e terreno ampliado: 12.500 lugares, funcional e confortável. Eu sei que o estádio é Municipal, não é do clube, mas não existiria se este não disputasse as competições profissionais. Isto, fora outras "ofertas" municipais que se desconhecem mas são habituais um pouco por todo o país.
- Agora o tal de Fiúza, secundado pelo associados do "Gil Vicente" (com aspas) pretende acabar (ou ameaça que pretende) com o futebol profissional, desperdiçando o investimento camarário feito (espera-se) na perspectiva de o clube continuar numa das Ligas principais, dignificando e propagandeando o nome da terra (dizem eles assim) e atraindo forasteiros aos seus jogos "em casa". O estádio, esse, passaria a ser utilizado "todos os de vez em quando" em jogos das selecções" sub qualquer coisa" ou, com sorte, num Portugal-Cazaquistão
- A pergunta é: como um dos principais investidores (senão o principal) no clube, a Câmara Municipal de Barcelos e os munícipes (os "cidadãos" do Sr. Manuel Alegre) não têm uma palavra a dizer sobre o retorno, ameaçado, do seu investimento, fruto de decisões irresponsáveis? Fica a pergunta...
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