sexta-feira, setembro 29, 2006

Portugueses...

Os portugueses têm alguns hábitos estranhos. Alguns portugueses (muitos) entenda-se. Remote mentality, dizia o meu amigo Simon, que embora me considerasse “assimilado”, como os indígenas do Império”, tinha sempre medo de ofender a minha percentagem portuguesa. Um deles é o do pequeno almoço “fora de casa”, normalmente frugal, do tipo “um galão e um queque”, vá lá, um croissant com fiambre em vez do queque, que vem de cake por via da Srª Dona Catarina de Bragança, a tal do chá, que estas coisas não são num só sentido, há que andar “de cá para lá e de lá para cá”. E pronto, lá se acotovelam ao balcão das, normalmente, desconfortáveis pastelarias, snacks e, como dizia no meu livro da 2ª ou 3ª classe, tudo o mais de que uma família precisa - seja “tasca”, leitaria ou cafetaria – resolvendo assim o assunto. Ou não, porque o caso tem repercussões ainda mais graves, later in the day. É que, “ele” fruto de tão insuficiente refeição (eu “cá por mim” dou crédito de pensar que é por isso), decidem sentar-se pachorrentamente ao almoço, nos restaurantes round the corner, normalmente barulhentos, comendo (e bebendo, que a “seco” a “coisa” não vai) o que pode existir de mais improvável em dias de trabalho que se presume árduo (o trabalho, por definição, é sempre “árduo”). E pronto, se fizermos por aí um qualquer tipo de research (mesmo quick and dirty, que é aquele em que a amostragem se limita à vizinhança), aí temos o “cozido à portuguesa”, a “feijoada”, os “chocos de caldeirada” (os portugueses adoram chocos e polvo), o “entrecosto” e tudo o mais, no mesmo género, que a nossa imaginação conseguir e puder alcançar. Ah, às vezes também comem grelhados, coisas como “costeletão de vaca” ou “febras”, que isso de peixe “não puxa carroça”. Sempre com vinho, tinto, claro!, mesmo com 40º à sombra, porque “vinho é tinto”, alentejano, de umas marcas que eu (que gosto muito de vinho!) não ousaria sequer pensar em provar. No fim... “um digestivo, homem!”, para “rebater”: um "Cutty Sark" ou um "JB" em balão, que são whiskies sem cor e sem “corpo”, com uma pedra de gelo. Ah!, pois, há essa coisa da Finlândia!!!

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