Eu sou o Gato Maltês, um toque de Espanha e algo de francês. Nascido em Portugal e adoptado inglês.
sábado, setembro 30, 2006
As Capas de Cândido Costa Pinto (3)
História(s) da Música Popular (3)
Vários nomes que vieram a tornar-se famosos gravaram para a “Sun” no período áureo do rockabilly. Os mais conhecidos são, certamente, Jerry Lee Lewis (“Great Balls of Fire” é talvez o seu tema mais mais popular), Roy Orbison e Johnny Cash, que cedo abandonou o rock em favor do country e da música ligeira. Mas a grande vedeta da altura, na “Sun Records”, é seguramente Carl Perkins, que grava o célebre “Blue Suede Shoes” em Outubro de 1954. Em Dezembro de 1956, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Johnny Cash e Elvis (que, já na "RCA", estava de visita aos seus antigos colegas) gravam uma jam session inesquecível, na “Sun”, que ficaria conhecida como “The Million Dollar Session” (edição em CD da “Charly Records, 1987). Vítima de um desastre de carro que o mantém inactivo por largo período, Carl perde a corrida para Elvis, mas é este que vem a transformar “Blue Suede Shoes” num sucesso mundial. Este “Matchbox” é outro dos temas de Carl Perkins que alcançará sucesso através de um cover. Neste caso, dos “Beatles”.
Do "Público" e da propaganda...
sexta-feira, setembro 29, 2006
Portugueses...
Função Pública, Professores e Sindicatos
Mozart e os Muçulmanos (3)
When I Look at the Pictures - Lawrence Ferlinghetti (2)
Picasso’s acrobats epitomize the world
and there were eighty churches in Paris
which I
had never entered
and my hotel’s door smiled terribly
and words were trombones
incoherent parrots
chattering idols
but that night I dreamt of Picasso
opening doors and closing exits
opening doors and closing exits in the world
I dreamt
he painted a Picasso in my room
shouting all the time
Pas symbolique!
C’est pas
symbolique !
Poema de Lawrence Ferlinghetti para "Family of Saltimbanques" de Pablo Picasso, 1905 - National Gallery of Art, Chester Dale Collection
quinta-feira, setembro 28, 2006
Uma vez mais Mozart, os Muçulmanos e, agora, o "Kontratempos"
Transcrevendo as suas próprias palavras. Diz você: - “vamos ver se nos entendemos: ou concluímos de uma vez por todas que estamos em guerra - o que continua a ser negado neste continente - e que por isso devem vigorar medidas de excepção como a proibição de uma ópera de Mozart, ou então a mutilação intelectual das nossas liberdades é cada vez mais profunda e irreversível” – Quer isto dizer: se admitirmos que estamos em guerra (esta guerra em particular e não uma guerra qualquer, em abstracto, e isto é muito importante), e eu até posso admitir a premissa como verdadeira, já poderemos aceitar que vigorem medidas de excepção, como a proibição de uma ópera da Mozart, que provoquem a "mutilação intelectual das nossas liberdades". É claro que v. poderá sempre responder que as guerras obrigam frequentemente à aceitação de restrições temporárias a essas mesmas liberdades. Aconteceu assim, por exemplo, neste continente, durante a WWII. Mas é aqui que temos de entrar em consideração com o facto de não se tratar de uma guerra em abstracto, mas sim de uma guerra contra o “terrorismo fundamentalista islâmico”, de duração indeterminada e que obriga à adopção de uma estratégia específica para que se atinjam objectivos concretos. Devemos então perguntar-nos: essas restrições têm um papel fundamental nessa estratégia e são indispensáveis (ou pelo menos muito importantes) para ela ser bem sucedida? Não serão mesmo contraproducentes no longo prazo e, talvez, um sinal de capitulação? Uma vez que estamos numa guerra longa, de duração indeterminada, talvez mesmo muito mais longa do que qualquer guerra conhecida e que é travada em nome da modernidade e do progresso, devemos aceitar que essas restrições se tornem norma, contribuindo , aqui sim, para um regresso a uma qualquer “idade das trevas”?
Ficam as perguntas...
As Capas de Cândido Costa Pinto (2)
História(s) da Música Popular (2)
O Cardeal Patriarca e a IVG
Mozart e os Muçulmanos (2)
Conheço mal “Idomeneo”; nunca vi a ópera representada e o CD que ali existe tê-lo-ei ouvido , no máximo, umas duas ou três vezes. Não é, confesso, umas das minhas óperas de cabeceira, mesmo sendo eu um “mozartiano” convicto e confesso. Sei, pelo menos, que esta história toda está, forçosamente, ligada à encenação, já que a ópera tem que ver, isso sim, com a mitologia grega e por lá se estende e entende. Acabei de (re)confirmar isso mesmo ao ouvir há pouco, na TSF, Rui Vieira Nery e ao ler, depois, a sinopse naqueles pequenos livros que acompanham os CD’s. Mas o que é facto é que existem algumas ligações e influências “de facto” entre a cultura muçulmana e Mozart (que era maçon), embora longe do "Indomeneo-Re di Creta" (K.366), que é considerada a primeira ópera de maturidade de WAM e teve a sua primeira representação (ironia) em Munique, 1781.
E quais são essas ligações? Sem me dar ao trabalho de qualquer pesquisa, que isto de manter um blog a “solo” já dá trabalho que chegue, e citando de cor, essencialmente duas: a ópera (ou singspiel) “O Rapto do Serralho” (Die Entführung aus dem Serail), composta em 1783, ano do centenário do cerco de Viena pelos turcos e cuja história se passa no palácio do Pasha Selim raptor da bela Constança, e o 3º andamento “Alla Turca” da sonata nº 11 para piano KV 331 (muitas vezes mencionada como “Marcha Turca”). Ambas são influenciadas pela presença turca e o Allegretto “Alla turca” claramente pela música de “janízeros”, infantaria turca. Sem qualquer outra preocupação para além da divulgação, e apenas para se ter uma ideia do que se trata, aqui vai um pequeno excerto.
quarta-feira, setembro 27, 2006
A Câmara de Barcelos e o "Gil Vicente" (com "aspas" ) - II
Parece que Mozart também irrita os muçulmanos
When I Look at the Pictures - Lawrence Ferlinghetti (1)
The Equestrienne, 1931, de Marc Chagall.
Stedelijk Museum, Amsterdam
Don't let that horse
eat that violin
cried Chagall's mother
But he
kept right on
painting
And became famous
And kept on painting
The Horse With Violin In Mouth
And when he finally finished it
he jumped up upon the horse and rode away
waving the violin
And then with a low bow gave it
to the first naked nude he run across
And there were no strings
atacched
Outras Músicas (1)
As capas de *Cândido Costa Pinto (1)
A Câmara de Barcelos e o "Gil Vicente" (com "aspas")
- A Câmara de Barcelos "ofereceu", há dois ou três anos, um estádio novinho em folha ao "Gil Vicente" (com aspas), para substituir o antigo manifestamente inadequado para o futebol profissional. O estádio até é aquilo que todos os estádios da 1ª Liga portuguesa deveriam ser, excepto os dos três grandes, o do Vitória de Guimarães (que tem razoáveis assistências) e o do União de Leiria, que pelas assistências que tem bem podia jogar no multiusos lá da terra com relva e terreno ampliado: 12.500 lugares, funcional e confortável. Eu sei que o estádio é Municipal, não é do clube, mas não existiria se este não disputasse as competições profissionais. Isto, fora outras "ofertas" municipais que se desconhecem mas são habituais um pouco por todo o país.
- Agora o tal de Fiúza, secundado pelo associados do "Gil Vicente" (com aspas) pretende acabar (ou ameaça que pretende) com o futebol profissional, desperdiçando o investimento camarário feito (espera-se) na perspectiva de o clube continuar numa das Ligas principais, dignificando e propagandeando o nome da terra (dizem eles assim) e atraindo forasteiros aos seus jogos "em casa". O estádio, esse, passaria a ser utilizado "todos os de vez em quando" em jogos das selecções" sub qualquer coisa" ou, com sorte, num Portugal-Cazaquistão
- A pergunta é: como um dos principais investidores (senão o principal) no clube, a Câmara Municipal de Barcelos e os munícipes (os "cidadãos" do Sr. Manuel Alegre) não têm uma palavra a dizer sobre o retorno, ameaçado, do seu investimento, fruto de decisões irresponsáveis? Fica a pergunta...
"Post" nº1
terça-feira, setembro 26, 2006
"História(s) da Música Popular (1)
Este foi o dia em que "tudo" começou. Estávamos em Memphis, 6 de Julho de 1954, e neste dia, depois de algumas tentativas frustradas de gravação de outros temas, Elvis Presley gravava, finalmente, no Memphis Recording Service" de Sam Phillips, o disco "Sun nº209", um "blues" de Arthur "Big Boy" Crudup ("That's All Right, Mama"), tendo como "B" side "Blue Moon of Kentucky" de Bill Monroe, um tema "branco" dos hillbililly, camponeses do sul. Philips procurava há algum tempo um "branco que conseguisse cantar como um negro" e encontrou Presley, oriundo do chamado white trash dos estados do sul vivendo paredes-meias com a sociedade e a cultura negras. Dois dias depois, o disk jockey Dewey Phillips, da estação de rádio WHBQ, tocou o disco e, a partir daí, nunca mais nada tornou a ser como dantes. Se antes disso havia música para negros e música para brancos, hit-parades, editoras de discos e estações de rádio diferentes para uns e para outros, Elvis iria vencer a segragação, apesar de ser considerado pelos mais conservadores como "obsceno" e a sua música "uma música de negros, animalesca e vulgar". Presley gravou (salvo erro) 18 temas para a "Sun" e mudou-se para a "RCA" (uma das majors) pelas mãos do "Coronel" Parker. Foi o início do fim, mas isso é outra história.