A actual direita que nos governa, dominada pela teoria do "pensamento único" e acolhendo-se sob a sigla TINA (there is no alternative), já criou a narrativa que mais lhe convém para o caso de uma cada vez mais provável derrota eleitoral do Partido Socialista e de António Costa: "o PS perde porque alienou o centro político e se aproximou dos partidos situados à sua esquerda". Demasiado simplista (como o prova aqui, e muito bem, Pedro Magalhães), errado (basta ler o programa eleitoral do partido), mas sem dúvida eficaz, como o são também, nesse seu simplismo, as narrativas e explicações vindas dos sectores mais extremistas: ela permite, desde já, começar a tornar dominante um discurso político que abra caminho no PS a uma personalidade como Francisco Assis que reconduza o partido ao redil do pensamento único e a um compromisso com um governo minoritário PSD/CDS e que, como parece claro, outro resultado não terá senão tornar o PS politicamente irrelevante e conduzir a prazo a uma maioria absoluta da actual coligação. Que esta narrativa, com o apoio maioritário dos "media" e a inépcia do PS, possa vir a fazer o seu caminho é coisa que já não me surpreenderá demasiado.
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