O que me chama a atenção, como elemento constitutivo essencial, na entrevista a Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal? Uma evidente desvalorização das fugas sistemáticas ao segredo de justiça (apesar da indignação, que é apenas reacção emocional de quem pretende nada fazer), o que significa algum desprezo pelos direitos liberdades e garantias, e uma sobrevalorização da percepção social sobre a corrupção, o que tem sempre prefigurado o enfoque no autoritarismo em detrimento do respeito pelas liberdades e direitos de cidadania. Joana Marques Vidal mostra assim à evidência ao que vem, qual o lado pelo qual optou e o que se pode esperar da sua actuação. A mim, que prefiro um criminoso solto por respeito às regras processuais e ao Estado de Direito a um condenado por desprezo por essas mesmas regras, esta é uma opção que me assusta. Mas pelo menos já estou avisado.
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