quarta-feira, setembro 24, 2014

Pedro Passos Coelho: à política o que é da política

Espero bem o primeiro-ministro não tenha cometido qualquer irregularidade ou não se depreenda qualquer falsidade das suas declarações prestadas à Assembleia da República ou ao fisco, o que, a não ser verdade e no caso vertente, deveria levar de imediato à sua demissão. A última coisa de que o país e o regime precisam, neste momento, é da demissão de um governo por motivos não políticos e, principalmente, por via de ilegalidades de natureza fiscal e/ou regulamentares cometidas no exercício de funções de deputado ou governante. E, claro, tendo dito disto, e para que não se depreenda das minhas palavras qualquer desejo de encobrimento, parece-me também indispensável que nenhuma dúvida reste sobre o que se terá passado e toda a verdade seja apurada por quem de direito e possui poderes legais para tal, para o bem ou para o mal. Quem assim o não entende, quem não percebe que o escândalo (a confirmar-se) ou a dúvida (a permanecer) atingiriam não só Pedro Passos Coelho como a democracia, o regime e toda a impropriamente chamada "classe política", é politicamente cego ou aspirante a que se instale um caos que só pode aproveitar aos adversários da democracia e do regime. À política o que é da política. 

4 comentários:

Anónimo disse...

Só uma pergunta.
Mas a classe politica (há excepções, claro, são é raras) não está há muito desacreditada ?

JC disse...

Está. E é exactamente por isso que espero nada de irregular se prove contra o 1º ministro no caso que referi. Estariam a democracia e todo o regime em causa.

Anónimo disse...

Tenho dúvidas sobre se estariam. Tanta coisa de mau se tem passado, que "seria mais uma para o rol".
Estrategicamente até seria "bom" para os partidos do poder acontecerem eleições antecipadas nesta altura, tal o estado em que se encontra o maior partido da oposição.

Cumprimentos

JC disse...

Bom para os partidos no poder que o líder do maior se demitisse por irregularidades tão graves? E fosse obrigado a "ir a votos" com um líder de circunstância? Já agora, o seu "tanta coisa" nunca inclui, nem de perto nem de longe,a demissão de um 1º ministro por irregularidades do tipo fraude fiscal ou falsas declarações à AR (a confirmarem-se, claro).
Cumprimentos