Não, não se trata de uma nova fábrica, seja de automóveis, lacticínios ou simples transformação de produtos agrícolas; da reabertura de uma mina há muito abandonada; até de um empreendimento turístico que requalificou o hotelaria da região e valorizou os seus recursos naturais e humanos; em última análise, de uma nova dependência bancária ou de uma seguradora. Não, não se trata de nada disso, mas de um "call center" gerido por uma empresa de trabalho temporário, supostamente criando postos de trabalho igualmente demasiado temporários, pagos a preços de saldo e destinado a emigrantes em países francófonos ou luso-descendentes que queiram regressar, já que é preciso ser fluente em francês. Mais ainda: deve-se tal iniciativa ao investimento de um empresário, grupo de empresários ou de empresas que arriscaram o seu dinheiro ou o da Banca que os financiou? Não, quem investiu cerca de 200 milhões de euros foi a autarquia de Vieira do Minho, a quem a Altice, nova dona da PT e empresa que irá explorar o tal "call center" (é assim, à americana, ou "centre", à inglesa?), pagará uma renda durante cinco anos. É esta a iniciativa empresarial que a TSF nos apresenta como exemplo, em grandes parangonas, e que o ministro Pires de Lima se prepara para ir hoje inaugurar, certamente com alguma pompa e muita circunstância já que estamos em pré-campanha eleitoral.
Mas, perguntarão: melhor do que nada? Sim, melhor do que nada, seria desonesto não o dizer. Mas este é um bom (ou mau) exemplo do que a estratégia da coligação PSD/CDS tem a oferecer ao país: trabalho demasiado precário, desqualificado, não estruturante e que não valoriza os recursos locais e a iniciativa empresarial autónoma. É a Índia, meus senhores, é a Índia. Mas esses, pelo menos, falam inglês, não precisam de importar quem o fale!
1 comentário:
E a India. Nem mais.
Estes indios nao usam turbante e ate falam françugues.
E sao baratos...
Penso que nem de caril devem gostar.
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