quarta-feira, novembro 11, 2015

Uma direita histérica e um acordo frágil

  1. Alguma direita portuguesa, incluindo nela alguns ministros da PàF,  abriu as portas ao disparate e entrou em pânico e histeria por o país poder vir a ter um governo do PS - com um programa social-democrata mais do que moderado e do qual, se excluirmos as questões de costumes, a democracia-cristã tradicional nem sequer se sentiria demasiado afastada - apoiado no parlamento por PCP e BE, partidos que nem sequer assumirão quaisquer pastas governativas. Sobre o radicalismo dessa direita e a a sua falta de convicções democráticas, estamos conversados. Uma vergonha. 
  2. Para que conste, tenho reservas em relação à natureza e aparente fragilidade do actual acordo PS/PCP/BE e, embora na generalidade esteja ideologicamente bem mais perto deste programa do que do da PàF, não só constato os riscos existentes, como existem medidas, como a redução do IVA da restauração e a questão da TAP, com as quais estou em desacordo. Nada disto me impede, no entanto, de lhe dar o benefício da dúvida e até o meu apoio de princípio e, sobretudo, de não alinhar nos disparates e alarvidades que sobre o assunto tenho ouvido e lido, frutos da má-fé e da ignorância política e histórica. 
  3. Se a direita acha o acordo PS/PCP/BE frágil, ou até muito menos do que isso, que razões tem para entrar em histeria, se prevê a um futuro governo vida tumultuosa e breve? Parece-me que, no fundo, tem apenas medo o futuro não lhe dê razão.

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