Alguém terá convencido António Costa de que aparecer na "Caras" com a família iria contribuir para lhe dar uma imagem de "moderado", de "homem do sistema", contrabalançando a imagem de "radical" de esquerda que, por via dos acordos com o BE e o PCP, a direita teima em lhe querer colar. Ou então António Costa ter-se-à ele próprio convencido de tal coisa. Pelo menos, estas são as únicas explicações plausíveis que encontro. Enorme erro. Primeiro, porque António Costa não chegou hoje à política: foi ministro e presidente do maior município do país e a sua imagem sempre foi tudo menos a de um radical, mas sim de um "moderado", um homem de negociação e de compromisso. Digamos que "não havia necessidade". Segundo, porque tentando a direita colar-lhe o rótulo de alguém capaz de tudo para conquistar o poder, a reportagem da "Caras", revista onde têm lugar cativo os putativos "ricos e famosos", apenas vem reforçar essa falsa ideia de associação ao poder não importa como ou a que preço. Terceiro, porque o passado, o perfil e até a herança familiar de António Costa se situam nos antípodas da futilidade associada às revistas "cor de rosa". Digamos, querendo ser benigno e pela consideração que António Costa me merece, ter-se tratado de um infeliz "faux pas". Mas depois dos também eles infelizes cartazes da desastrosa campanha eleitoral, é bom este estes "faux pas" não se tornem num repetitivo mau hábito.
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