Aproveitando o meu “post” de ontem sobre o (quanto a mim) despropositado destaque dado a uma vitória do ciclista português Sérgio Paulinho numa etapa da Volta a França em bicicleta, algo que desde 1903 já deve ter sido alcançado por uns milhares de ciclistas (ciclistas franceses coleccionam um total de 655 vitórias em etapas, belgas 454 e por aí fora), e tendo Portugal já alcançado, aqui e ali e até com alguma constância, resultados de relevo em modalidades como o futebol, o judo e o atletismo (o hóquei em patins não tem qualquer expressão), interrogo-me sempre sobre o porquê da ausência de classificações com algum relevo em modalidades onde me parece, assim visto de fora, nada justifica um enorme atraso. E não me estou a referir a títulos europeus e mundiais, mas a classificações, digamos, dentro de uma mediania aceitável para um país que é membro da UE há mais de vinte anos e será, mais coisa menos coisa, o menos rico dos países ricos, com infraestruturas desportivas que julgo adequadas e cresceram exponencialmente nos últimos 20 anos. Exemplos? Ora aqui vão alguns, não valendo a pena falar mais do ciclismo, uma modalidade tradicionalmente popular no país...
- Seria absolutamente expectável que um país como Portugal visse alguns (poucos, não sou muito exigente) dos seus nadadores (a natação é modalidade com alguma tradição no país) estarem presentes com alguma regularidade entre os melhores dezasseis (1/2 finais) de competições como os JO ou Europeus e Mundiais da modalidade. Infelizmente os resultados aproximam-se quase sempre da eliminação nas primeiras séries. Dantes era a falta de piscinas... Agora o que será? Falta de água para as encher? Um desastre.
- Outro exemplo. Haverá alguma forte razão para tenistas portugueses, masculinos e femininos, não alcançarem resultados que lhes permitam, pelo menos a ½ dúzia deles, andarem regularmente pelos primeiros 30 ou 50 lugares dos rankings ATP e WTA? Frederico Gil é actualmente 85º e acima dele, para além de jogadores de grandes potências desportivas, encontramos sérvios, croatas, austríacos, um letão, chilenos, cipriotas, ucranianos, uzbeques, cazaques, até um colombiano e por ai fora. Alguém explica tamanha pobreza numa modalidade que já não é mais considerada “cara” e “de elite”?
- Ah!, qualquer coisa de semelhante diria do golfe, num país que já deve ter quase cem campos de norte a sul e concorre à organização da Ryder Cup. Muitos campos significam muitos “caddies” e todos sabemos que alguns dos melhores golfistas mundiais começaram por aí. Acresce que pelo facto do golfe ser praticado a nível amador por muitos executivos e gestores, de grandes empresas, não me parece ser extremamente difícil conseguir patrocínios para que um ou outro jovem mais talentoso possa vir a ter condições de progresso, se delas necessitar.
Claro que não se espera que Portugal tenha muitas chances no ski, “bobsleigh” ou hóquei no gelo, mas a ausência de resultados nas modalidades que acima cito, como exemplo, penso apenas poderá reflectir uma deficiente gestão dos recursos existentes, o que deveria ser revisto sob pena desses investimentos serem canalizados para outros sectores do desporto onde provem ser mais rentáveis. Ou então, caso sejam julgados ainda insuficientes para que se alcancem resultados aceitáveis, deverá esse investimento ser reforçado com prejuízo de outras áreas desportivas desde que, assim, possa vir a existir razoável garantia de sucesso.
Mas, para já, uma pergunta: alguém explica?
5 comentários:
JC
Acha que sabem o que é um "caddie"?
Acha que sabem como tirar uma bola de um "bunker"?
Não acredito, jogam para inglês ver!
Ou inglesa!...
LooooLLLL JC
Comecei a jogar Golf aos 7 anos, pela mão do grande mestre Toni Barnabé e escangalho-me a rir com as poses nas revistas e, quando estão com ferro na mão a fingir é do melhor :-)))
Conheci o Toni Barnabé em 89, no Open de Portugal na Qtº do Lago. Ele fazia os comentários para a RTP e eu (ou melhor, a empresa para a qual trabalhava) era um dos patrocinadores. Nunca mais ouvi falar dele nem sei se ainda está vivo.
Também não sei JC!
A última vez que ouvi falar dele foi em 2008 e estava no Algarve.
Mas o António Boronha não me disse mais nada!
O que o Barnabé me fez passar no Golf do Vimeiro, nem dá para contar aqui eheheh
Eu pegava ao trabalho às 8 da manhã
, para treinar o Swing com as bolinhas a milímetros e sem parar.
Bons tempos :-)))
Nunca mais vou poder jogar Golf :-(
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