terça-feira, julho 20, 2010

O PSD e o despedimento individual: um país "hire & fire"?

Algo que permite normalmente distinguir as boas das más empresas é o cuidado posto no recrutamento, selecção e formação dos seus colaboradores. Também, claro está, nos salários e regalias sociais oferecidas face às médias do sector. Fácil de entender: as empresas são formadas por pessoas e ter os melhores e mais empenhados profissionais e oferecer-lhes estabilidade aumenta exponencialmente as possibilidades de sucesso, permitindo-lhes crescer e fortalecerem-se e, assim, remunerar melhor accionistas e trabalhadores para além de possibilitar um empenhamento mais activo no meio envolvente. Por isso mesmo, aquilo que o jargão anglo-saxónico designa normalmente como empresas “hire & fire” (contrata e despede) é sempre olhado de soslaio e com desconfiança pela sociedade e pelo mercado.

Tendo dito isto, e sabendo que em Portugal o despedimento colectivo está já facilitado o que permite o normal, desejável (numa economia de livre iniciativa) e sempre necessário ajustamento das empresas às variações estruturais dos mercados, percebe-se mal o afã colocado pelo PSD, na sua proposta de revisão constitucional, na liberalização do despedimento individual. Em boa verdade – e não entrando aqui em linha de conta com questões de ordem social, o que não significa esquecer a sua relevância - em vez de premiar as boas empresas, incentivar as boas práticas de gestão e valorizar os recursos humanos, a proposta do PSD de Passos Coelho vai exactamente no sentido contrário: ao fomentar o modelo “hire & fire”, premeia, de um modo geral, as más empresas e todos aqueles para quem, erradamente, os recursos humanos estão no degrau mais baixo das suas preocupações enquanto gestores e empresários. Coloca-se, pois, nos antípodas da modernidade e do progresso, fomentando o imobilismo e o retrocesso em vez da necessária restruturação do tecido empresarial.

3 comentários:

Teresa disse...

Sá Carneiro há-de estar às voltas na sepultura.

JC disse...

É provável, mas a minha opinião s/ Sá Carneiro é, no mínimo, controversa:

"E se quiser ser politicamente incorrecto, não estando em causa o seu perfil enquanto cidadão (antes pelo contrário), podemos ainda falar de Francisco Sá Carneiro, fundador do partido e sua principal referência, ao lado do estrondoso falhanço da “ala liberal”, promotor (ou apoiante entusiasta) daquilo que ficou conhecido para a História como o “golpe” Palma Carlos (cuja derrota acabou por levar ao poder Vasco Gonçalves com os resultados que todos conhecemos) e promotor da iniciativa falhada de apresentar como candidato à Presidência da República, contra a reeleição de Eanes, um desconhecido general com perfil e imagem demasiado “à direita”.

Neste "blog" em Abril de 2008

Anónimo disse...

O "piqueno" PP Coelho, em cujo curriculum deve constar apenas "politico", pois na vida não deve ter feito mais nada (será que sabe ?), para além de ter sido casado com uma Doce (a Fátima Padinha), deve ter despejado uma rajada de tiros no pé. Alguém poderá levar este energumeno a sério ? Depois desta proposta e da sua actuação muito recente, deixou cair a máscara e estalar o verniz, com que ainda poderá ter enganado alguém quando assumiu alguma "postura de estado", logo após ter chegado à liderança do PSD.
É caso para dizer e desculpem a expressão pqp.
Cumprimentos