quinta-feira, agosto 28, 2014

O SLB e a Champions League: meio-cheio ou meio-vazio?

  1. Opção meio-vazio: O SLB até pode ser último classificado do grupo (não seria um escândalo e é até a sua posição normal em termos de orçamentos), terminando a sua participação europeia já em Dezembro e com fraco pecúlio desportivo e financeiro. Para a equipa e para o clube poderia ser deprimente.
  2. Opção meio-cheio: Embora não esteja no grupo qualquer equipa considerada imbatível, ao estilo Real Madrid, Barça, Bayern ou Chesea (até mesmo o City), tudo o que seja não ficar em último lugar no grupo, mesmo o simples apuramento para a Liga Europa, pode ser considerado positivo e entusiasmante para a época do clube. Conseguir um lugar nos 1/8 de final será mesmo enorme êxito. Mas foi mesmo um sorteio filho da puta.

Homenagem a Gerry Goffin (1939 - 2014) - My favourite Goffin & King songs (9)

Earl Jean - "I'm Into Something Good" (1964)

A versão dos Herman's Hermits (1964)

"Westerns" em Agosto (13)

"Little Big Man", de Arthur Penn (1970)
Filme completo c/ legendas em castelhano

quarta-feira, agosto 27, 2014

Seguro, Costa e os debates.

Dei por mim há pouco a pensar (deve ser do calor) sobre qual será a actual percentagem de indecisos entre os militantes e "simpatizantes" inscritos do PS em relação à disputa entre António Costa e António José Seguro. Claro que não tenho dados, mas sim um pressentimento (sim, eu sei que isto de pressentimentos  vale o que vale) que essa percentagem será muito baixa, principalmente entre os "simpatizantes", pois quem se inscreveu ou irá inscrever nessa condição terá já e à partida uma opção tomada independentemente desta ter na sua base motivações ideológicas ou de qualquer outro tipo.

Assim sendo, os debates e entrevistas agendados terão mais como objectivo o "pós eleições" internas e o posicionamento do candidato do vencedor às legislativas do próximo ano do que o esclarecimento e conquista dos potenciais votantes socialistas. Aliás, e já prevendo o que se irá passar nos painéis de discussão televisivos que se lhes seguirão, também me parece jornalistas e comentadores ocuparão sem grandes preocupações de independência e distanciamento o lugar de defensores de um e outro lado, até porque sabemos que da vitória de Seguro ou de António Costa irá em grande parte depender o resultado das próximas eleições legislativas, o futuro do PSD e, talvez, também o que virá a ser o país a médio-prazo. 

O que o presidente da FPF não disse

O que Fernando Gomes deveria ter dito e não disse - e  bem, porque, como presidente da FPF, não lhe compete enveredar, pelo menos publicamente, por esse tipo de afirmações e análises no campo técnico-táctico - é que com Cristiano Ronaldo em condições físicas muito deficientes, Pepe expulso e Coentrão lesionado ambos logo no primeiro jogo, com o erro estratégico de Paulo Bento em querer jogar com os futuros campeões do mundo "olhos nos olhos" (o Brasil "levou" sete) e a mediania (para ser simpático) da maioria dos restantes jogadores portugueses, muito dificilmente a selecção poderia ter feito melhor no último Mundial, fosse com este seleccionador (apesar do erro que lhe aponto), fosse com quem fosse ou a estagiar na Patagónia. O resto, incluindo os comentários e críticas que por aí oiço e leio, é conversa da treta. Dispensável, claro, por isso passemos adiante. É que para "silly season" já bastam (e sobram) as notícias sobre "contratações", "vendas", a novela Enzo Perez, Quaresma-suplente e o "penalty" de Nani.

Fats Domino & Imperial Records (8)

"Ain't It A Shame" (aka "Ain't That A Shame") - Imperial 5348 - Agosto 1955

sexta-feira, agosto 22, 2014

Big Maybelle - The Okeh sessions (6)

"Jinny Mule" (gravação de 06-11-1953)

Dos "fundos" de jogadores

Ponto número um: não sou contra a existência e actividade dos "fundos" no futebol; são eles que, quer através da compra/venda dos chamados "direitos económicos", quer actuando como financiadores, contribuem para que não se cave um fosso ainda maior entre os PMCN (pequenos e médios clubes nacionais) e os "grandes" europeus. A Inglaterra proíbe a sua actividade apenas porque tem acesso ao dinheiro novo e também porque, desde há muito (mais de 100 anos), os seus clubes são sociedades anónimas, cotadas em bolsa, sendo conhecidos a sua estrutura accionista e os nomes seus proprietários. A proibição da actividade dos "fundos" de jogadores no país surge aqui, portanto, apenas como uma defesa do status quo. Mais ainda, acho até bastante "engraçado" que adeptos dos clubes portugueses e jornalistas critiquem a actividade dos fundos quando esta, conjunturalmente, possa ser desfavorável a este ou aquele clube, mas se abstenham de o fazer em situações contrárias, seja, quando apenas a sua colaboração permite a contratação de jogadores de qualidade ou o financiamento em situações de "aperto.

O que está mal e deve ser combatido não é, portanto, a existência de "fundos", mas sim:
  1. A total desregulação do mercado, tornando a actividade de "fundos" e agentes de jogadores totalmente opaca, permitindo a existência de operações de engenharia financeira de legalidade e transparência duvidosas, contratações com as provas já em curso e empréstimos entre equipas que disputam as mesmas competições.
  2. O contraste entre um mercado de contratações totalmente livre, em termos internacionais, e a inexistência de uma Liga Europeia ou a proibição da fusão entre Ligas nacionais, não permitindo aos grandes clubes de PMP (pequenos e médios países) - casos dos "grandes" portugueses, belgas e holandeses, por exemplo - o acesso aos grandes mercados e respectivas receitas, mantendo assim um certo proteccionismo em favor dos grandes clubes de grandes países (Espanha, Inglaterra, Alemanha, etc).  
Em prol da tal "verdade desportiva" - cujo foco está bem longe de se cingir às "novas tecnologias" -, da defesa da indústria e da competitividade internacional dos grandes clubes portugueses, é sobre estes dois pontos, fundamentalmente, que devem incidir as críticas e os apelos à mudança. O resto é brincar de aprendiz de feiticeiro, com o risco do feitiço nos explodir na cara.

Homenagem a Gerry Goffin (1939 - 2014) - My favourite Goffin & King songs (7)

The Drifters - "Up On The Roof" (1962)

quinta-feira, agosto 21, 2014

"Westerns" em Agosto (10)

"Terror in a Texas Town", de Joseph H. Lewis (1958)
Filme completo c/ legendas em português

Futebol Clube do Porto: um projecto "chave na mão"

Para esta época, o FCP não se limitou a contratar um treinador com uma determinada ideia de jogo, o que até seria normal e estaria correcto. Na realidade, Pinto da Costa comprou um verdadeiro projecto "chave na mão": um treinador, uma ideia de jogo bem definida, os jogadores da confiança desse treinador, capazes de pôr rapidamente em prática as suas ideias, e carta branca para os despedimentos de quem não se enquadrasse nesse novo projecto. Apesar da ideia de jogo de Julen Lopetegui ter alguma tradição no clube desde José Maria Pedroto, basta olhar para o plantel e ver Jackson Martinez promovido a "capitão" para se perceber que o FCP pouco mais é neste projecto do que "barriga de aluguer", tendo-se nele diluído a tão apregoada e mítica "estrutura" e não existindo, para além dessa ideia de jogo, qualquer ligação à cultura, filosofia e valores (bons ou maus) do clube. Inclusivamente, parece estarmos mesmo perante um género de corte epistemológico no modelo de negócio do FCP nos últimos anos, tendo dificuldade em perceber como este projecto, muito baseado, no seu núcleo duro, em jogadores emprestados, pode vir a criar valor futuro para o clube. 

Pode dar ou não certo; e dar certo será alcançar o seu principal objectivo, aquele para que foi "comprado" por Pinto da Costa: impedir o SLB de ganhar o segundo título consecutivo. Mas será sempre, ao contrário do que tem acontecido até aqui no FCP, um projecto de curto-prazo, que, mesmo que bem sucedido, dificilmente criará raízes ou deixará rasto. 

segunda-feira, agosto 18, 2014

The Shadows Vocals (3)

"Don't Be A Foll (With Love) - 1959

Jorge Jesus e o centro do ataque

Partindo do princípio Jorge Jesus tem ideias bem definidas no que diz respeito à posição "6" (e tem-nas), para a qual ainda chegará alguém e, no futuro, haverá Fejsa, o problema fundamental que terá para resolver será o do centro do ataque, o do companheiro de Lima. Se optar por não mexer nos princípios de jogo herdados da segunda metade da época transacta, Jara será o que de mais parecido tem com Rodrigo, como jogador técnica e taticamente uns furos abaixo, claro, mas "raçudo" e agressivo na procura e recuperação da bola. Se optar por mudar e adaptar alguns dos princípios adquiridos (o que, digamos, não faz muito o seu género), Gaitán poderá ser a solução, entrando alguém (Ola John, por exemplo, ou Sulejmani, quando recuperado) para o flanco esquerdo. O resto, incluindo um tal Talisca, mesmo que Enzo Perez saia (viria alguém ou optaria por Amorim ou outro jogador do plantel), será troca por troca. 

quinta-feira, agosto 14, 2014

Tribunal Constitucional: uma decisão de bom senso.

Não sendo constitucionalista nem sequer jurista (felizmente), e portanto não ousando uma análise técnica do acordão, como cidadão comum  apenas posso dizer que a decisão de hoje do Tribunal Constitucional, no fundo considerando que medidas excepcionais apenas podem ser aceites e vigorar durante períodos excepcionais e por isso necessariamente transitórios, é clara e reveladora o mais elementar bom senso. E quando o Direito se encontra com esse mesmo bom senso, o que nem sempre acontece, só nos resta saudar o acontecimento.

A fúria referendária de António José Seguro

Tanto quanto sei, um partido político concorre a eleições com base num programa político. E caso, nessas eleições, não consiga alcançar uma maioria absoluta de deputados no parlamento, será ainda tendo como base o programa apresentado que negociará com outros partidos, num processo que implica compromissos e cedências entre os negociadores, a formação de um governo com apoio maioritário. Parece-me que com esta proposta Seguro está:
  1. A fazer tábua rasa desse programa. Ou seja, pouco importa o que se apresenta aos eleitores, já que depois se perguntará aos militantes como querem que governe, tendo em conta que o programa de uma coligação "à esquerda" será com certeza muito diferente de uma outra, "à direita".
  2. A colocar nas mãos de um universo mais reduzido de cidadãos (os militantes) uma decisão para a qual terá sido mandatado, através de um programa político sufragado em eleições, por um universo bem mais amplo de cidadãos (os eleitores). Não sei o que os potenciais votantes do PS poderão pensar do seu voto ser assim desprezado.
Por outro lado, a pergunta que Seguro pretende referendar (coligação "à esquerda" ou "à direita") poderá ter em conta a vontade do PS, mas onde entra nela a vontade de eventuais parceiros de uma futura coligação? Ou seja, se a resposta maioritária ao referendo for favorável a uma coligação "à esquerda" (por exemplo) e essa se revelar impossível face ao comportamento de dois partidos "incoligáveis" (PCP e BE), que faz Seguro? Consulta novamente os militantes ou decide contra a sua vontade expressa no tal referendo?
Claro que António José Seguro não está nada preocupado com este tipo de questões, pois esta sua fúria referendária e populista, para além de expor dramaticamente as limitações pós-eleitorais do partido quando não consegue alcançar uma maioria absoluta, tem apenas um objectivo de curto-prazo: piscar o olho a militantes e "simpatizantes", apelando a um "basismo" que costuma "cair bem", para ganhar votos nas eleições internas do partido. O resto? A política a sério? Oh, isso logo se verá.

"Westerns" em Agosto (7)


"For a Few Dollars More", de Sergio Leone (1965)
Filme completo c/ legendas em castelhano

SCP e Doyen Sports: zangam-se as comadres...

Este comunicado da Doyen Sports, parceiro do SCP na aquisição do passe do jogador Rojo, é bem revelador do papel actualmente desempenhado pelos "fundos" no mercado de transferências: para além do seu papel de intermediários, pelo qual são remunerados, actuam ainda como financiadores de curto prazo e de último recurso dos clubes. É isso que está escrito "preto no branco" quando a dado passo se pode ler "...em simultâneo realizámos outras operações com o Sporting entre as quais um empréstimo ocasional para o clube poder fazer face às dificuldades de tesouraria que tinha no momento." Claro está, como repetidamente tenho escrito, é a necessidade de efectuar o acerto destas contas que acaba por explicar as transações  de passes de jogadores de e para os clubes a preços pouco  ou nada credíveis, pecando por defeito ou por excesso, casos mais recentes de Garay e Mangala. Ou/e, muitas vezes, os "contrapesos" que os clubes são obrigados a contratar para que negócios mais vantajosos se efectuem. Que o jornalismo desportivo continue a passar ao lado desta realidade é bem sintomático de que ou são ignorantes ou não estão interessados em abordar o assunto. Provavelmente, um pouco das duas coisas.  

segunda-feira, agosto 11, 2014

As responsabilidades financeiras do SLB, Peter Lim e Jorge Mendes

Esta notícia do "Expresso" confirma o que eu já suspeitava e assinalei aqui: o SLB endividou-se excessivamente no curto-prazo para conseguir alcançar rapidamente os resultados desportivos de que a gestão de Luís Filipe Vieira carecia para que a contestação se não instalasse. Terá assim arriscado o crescimento sustentado do futebol profissional do clube. Restam agora duas opções:
  1. Ou a SLB arrisca o sacrifício desses mesmos resultados desportivos durante duas ou três épocas, com todas as suas consequências ao nível das receitas e da estabilidade da gestão, incluindo a desportiva.
  2. Ou consegue renegociar a sua dívida de curto-prazo de modo a alongar o prazo de amortização de uma sua percentagem significativa, transformando-a em dívida de médio/longo-prazo. Foi isso que o SCP fez e, como os tempos são agora outros no que diz respeito à banca,  o SLB poderá (é apenas uma hipótese, note-se) também estar a fazer com a anunciada cedência dos passes de Ivan Cavaleiro, João Cancelo e Bernardo Silva a Jorge Mendes e/ou ao fundo liderado por Peter Lim, endividando-se a médio-prazo (o valor dos passes está claramente sobre-avaliado, criando dívida), eventualmente com taxas de juro mais favoráveis, para amortizar de imediato uma parte da sua dívida bancária.
Talvez não fosse má ideia o nosso ignorante e preguiçoso jornalismo desportivo gastar uns minutos a pensar nisto.

sexta-feira, agosto 08, 2014

The Shadows Vocals (1)

"Feelin' Fine" (1959)

Cancelo, Bernardo, Cavaleiro e... Jorge Mendes

Ao contrário do que já adivinho vou ouvir e ler por aí, não entro em choro convulsivo pela cedência, por empréstimo, de três jogadores da formação do meu clube. Todos eles, principalmente Cavaleiro, tiveram as suas oportunidades para integrar o plantel principal e, ao contrário do que aconteceu com João Teixeira e também a época passada com André Gomes, apesar das limitações que sempre reconheci a este último, não demonstraram qualidade e maturidade suficientes para tal. Cancelo foi mesmo, neste jogos de pré-época, um autêntico "susto". Em si mesma, e em abstracto, foi mesmo uma boa decisão, sendo que outra coisa, bem diversa, é a política de contratações do clube e a qualidade das opções tomadas nesta área. Mas sejamos honestos, nem mesmo o nosso rival de Alvalade, reconhecidamente com a melhor escola de formação do país e uma das melhores da Europa, escapa à febre das contratações em catadupa. 

Já questionável, nesses empréstimos, serão os clubes escolhidos, todos eles, curiosamente, clubes "de" Jorge Mendes, cuja influência se tem vindo a tornar cada vez maior no futebol do SLB e em outros clubes portugueses, com as vantagens e desvantagens que daí advêm. Se, no Depor, Cavaleiro poderá ter reais oportunidades de jogar com alguma frequência, não se percebe o mesmo possa vir a acontecer com Cancelo e Bernardo Silva no Valência e no Mónaco, respectivamente. Mas nestas opções estamos já a entrar em áreas bem pouco transparentes, tais como acertos de contas, modelos de engenharia financeira, trocas de favores, gestão de influências, etc, etc. E como não há almoços grátis, o clube estará aqui a devolver, talvez com juros, alguns "favores" prestados e que lhe terão possibilitado ou pelo menos ajudado bastante a alcançar os títulos da época passada e a melhoria das prestações desportivas dos últimos anos. É mesmo assim a vida: quem não tem ou não consegue gerar recursos próprios em quantidade suficiente, sujeita-se.     

quinta-feira, agosto 07, 2014

António Costa e o BES

Só uma nota, "a pedido de várias famílias:

Na sua entrevista à "Visão", António Costa lança algumas interrogações e coloca algumas questões pertinentes em relação à solução encontrada pelo governo e pelas instâncias europeias (sim, por ambos) para o caso BES. No fundo, questões que todos os portugueses colocam. Afirma, no final, que esta não é a "solução mágica" que nos foi apresentada. Reparos a António Costa:
  1. Não existem soluções mágicas para um problema desta gravidade e todas as possíveis trariam consigo injustiças, riscos, incertezas e problemas, em doses variáveis. A única solução "mágica" - digamos assim - era não ter deixado o problema avolumar-se e alcançar esta magnitude, e é aí que as críticas da oposição deverão centrar-se. A encontrada é, segundo me parece, apenas uma solução razoável e, até ao momento, ainda não encontrei quem propusesse melhor. 
  2. Ficaria bem a António Costa, que - e bem - pretende contrapor ao populismo de Seguro uma atitude de estadista, assumir isto. Aliás, parece-me existir no PS, mesmo entre os apoiantes de Costa, uma espécie de síndroma "not invented here" em relação à solução encontrada pelo governo e pelas instâncias europeias para o problema do BES. Sem dúvida, esta é uma atitude negativa para quem se propõe alcançar compromissos.

"Westerns" em Agosto (4)



"The Outlaw", de Howard Hughes (1943)
Filme completo c/ legendas em francês

Roy Orbison SUN recordings (6)

"Devil Doll" - Sun #265 (14 de Dezembro de 1956)

quarta-feira, agosto 06, 2014

Perguntas a Seguro

António José Seguro concorda ou não com a solução adoptada pelo governo, via governador do Banco de Portugal, para o BES? Se não concorda, quais as razões dessa sua discordância e qual a sua proposta alternativa? Se concorda, na generalidade, que perguntas tem a fazer ao governo, quais os pontos que gostaria de ver esclarecidos, que propostas tem a fazer para minimizar riscos, corrigir erros, evitar a repetição de situações semelhantes, antecipar problemas e melhorar a eficácia da solução adoptada? Por último, que pensa da actuação do governador Carlos Costa?

É que limitar-se a  fazer afirmações tão genéricas como estas, ao estilo de uma concorrente a um concurso de "misses" que deseja a "paz no mundo", até pode ser que ganhe direito a uma boa "manchete" do Correio da Manhã, mas é pouco, muito pouco, para o líder do principal partido da oposição.

terça-feira, agosto 05, 2014

Duane Eddy & Sandy Nelson (5)

Duane Eddy - "Peter Gunn" (1959)

Sport Lisboa e Benfica: talvez a questão essencial

A questão essencial que deve ser colocada a Luís Filipe Vieira, à direcção do SLB e à administração da SAD só secundariamente tem a ver com a venda dos passes de tantos jogadores este ano, com a qualidade, ou falta dela, dos jogadores contratados, com a capacidade do treinador para construir um equipa nova, com a escolha dos adversários nesta pré-época, mesmo com os compromissos financeiros de curto-prazo assumidos, etc, etc. Claro que estas não deixam de ser questões relevantes, mas a essencial, a decisiva a ser colocada é em que medida a direcção e a SAD presididas por LFV não terão, nos últimos anos, prejudicado o crescimento sustentado do futebol profissional do clube em troca da necessidade de obter títulos no curtíssimo prazo, objectivo essencial para que o actual presidente se mantivesse no poder. Ou seja, em que medida a estratégia não se subordinou à táctica e o médio/longo-prazo ao curto-prazo. Esta questão é ainda mais relevante quando, possivelmente, o clube e a SAD tiveram que adoptar soluções de engenharia financeira de risco para manter e reforçar o plantel na época passada (depois das frustrações de 2012/13 não permitirem novo falhanço), das quais pode agora a equipa, eventualmente, estar a sofrer as consequências em termos de contratações que permitam manter os resultados desportivos. Note-se que não estou a fazer uma afirmação, mas, pura e simplesmente, a colocar uma interrogação que penso ser relevante.

De qualquer modo, já assisti a muitas pré-épocas; vi muitos "campeões" e "grandes jogadores" das "ditas" desaparecerem mal começam os jogos a sério. As suficientes para, sem prejuízo das actuais e mais do que legítimas preocupações, manter ainda alguma  dose de confiança.  

Homenagem a Gerry Goffin (1939 - 2014) - My favourite Goffin & King songs (5)

Little Eva - "The Loco-Motion" (1962)

segunda-feira, agosto 04, 2014

Billboard #1s by British Artists - 1962/70 (22)

The Rolling Stones - "Get Off My Cloud" (06-11-1965)

Apesar de tudo, uma solução razoável

Desculpem lá, mas tenho de dizer isto.

É evidente que a solução encontrada para o BES tem fragilidades, gera algumas incertezas, actuais e futuras, lança dúvidas sobre a capacidade do "Novo Banco" para captar novos depósitos e manter o nível dos actuais, penaliza os pequenos investidores, gera uma desconfiança que, a prazo, pode vir a ter implicações negativas no mercado de capitais, é uma (mal)disfarçada nacionalização, etc, etc. Podemos mesmo dizer, cheios de razão, que a actuação do Banco de Portugal esteve perto do desastroso e que deveria ter sido o governo, e não a entidade supervisora, a comprometer-se e a "dar a cara" pela solução encontrada. Podemos pensar que tudo pode vir a correr mal e que os banqueiros têm feito o possível e o quase impossível para dar razão ao PCP e à esquerda radical, que são contra a existência de banca privada. Sem dúvida alguma. Mas devo também dizer que, chegadas as coisas a este ponto, com inegável responsabilidade de Carlos Costa, esta solução me parece razoável e ainda não vi, até agora, quem propusesse uma outra melhor, mesmo que marginalmente. Resta-nos agora estar atentos, criticar quando necessário e esperar que funcione.

domingo, agosto 03, 2014

Um governador-ministro?

Ao aceitar ser ele a anunciar a solução governamental para o BES (a solução pode até ser proposta ou aconselhada pelo Banco de Portugal, mas a decisão é sempre do governo) , o governador Carlos Costa abandona de vez o seu papel de responsável por uma entidade independente e assume-se, finalmente, como membro "de facto" do actual governo - ou, pior ainda, como seu porta-voz. Também, para o bem ou para o mal, envolve o Banco de Portugal como responsável a 100% pela decisão, o que contraria o seu papel de entidade supervisora. 

Nada que cause demasiado espanto, pois Carlos Costa também foi, em devido tempo, um dos mais activos participantes na conspiração, com origem no Palácio de Belém, contra os governos de José Sócrates. Pelo menos assim fica tudo mais claro.

"Westerns" em Agosto (3)

"Hell Bent for Leather", de George Sherman (1960)
Filme completo c/ legendas em português

sábado, agosto 02, 2014

Lições de uma goleada

  1. Gaitán é claramente a melhor solução para jogar no meio, um pouco atrás de Lima, obrigando Jorge Jesus a mudar o sistema de jogo e também alguns princípios. Mas assim sendo porque se emprestou Djuricic, que, neste modelo, poderia ser a primeira alternativa ao argentino?
  2. Talisca não pode jogar a este nível, pelo menos para já.
  3. A principal prioridade é contratar um "6" que dê consistência e "agarre" o meio-campo da equipa, algo que sempre existiu (Javi Garcia, Matic, Fejsa) desde que Jorge Jesus é o treinador. O descalabro de hoje deve-se bastante á ausência de um jogador com essas características.
  4. Não entendo porque se insiste em Sidnei, mesmo com as opções reduzidas pelas lesões daqueles que deverão ser os centrais prioritários. Estão à espera que, de repente, o sapo se transforme em príncipe? Acaba por arrastar César consigo o que só prejudica o recém-chegado. Melhor seria adaptar nestes jogos, e enquanto os potenciais titulares não recuperam, alguém como Benito ou André Almeida ou optar por um jogador da equipa "B". 
  5. Artur pode não ser - e não é - um super guarda-redes. Mas está longe de ser o principal problema nesta equipa do SLB, pelo que a contratação de um jogador para o seu lugar está também longe de ser uma prioridade. Se se proporcionar um bom negócio de oportunidade, muito bem. Caso contrário, é melhor deixar como está e contratar um jovem da escola centro ou norte europeia como segunda opção.

"Westerns" em Agosto (2)



"Man of the West", de Anthony Mann (1958)
Filme completo c/ legendas em português

sexta-feira, agosto 01, 2014

Roy Orbison SUN recordings (5)

"Sweet & Easy To Love You" - Sun #265 (14 de Dezembro de 1956)

Vale tudo


Nada de ilusões. Não é José Sócrates quem a "Sábado" e os seus mandantes pretendem atingir com esta notícia, entretanto já desmentida pela Procuradoria Geral da República, embora conheçamos muito bem a diferença de peso específico, junto da opinião pública, de notícias e desmentidos. Nem sequer, ao contrário do que já vi escrito, se pretende pôr em causa  uma qualquer eventual candidatura do ex-primeiro ministro à Presidência da República, candidatura, no mínimo, altamente improvável e que dificilmente teria o apoio do PS. O que se pretende mesmo é atingir António Costa, tendo em conta o apoio expresso de José Sócrates e dos grosseiramente denominados "sócratistas, no seio do PS, à candidatura do actual presidente da CML a futuro primeiro-ministro e o cada vez menos disfarçado apoio a António José Seguro por parte da direita radical. Como é difícil, de um ponto de vista moral, dos "escândalos" (aquele que mais facilmente encontra eco junto da opinião pública), atacar António Costa, escolhe-se o alvo mais a jeito e o que apresenta e aparenta, deste ponto de vista, possuir maiores fragilidades. E deste modo vale tudo, mesmo os atropelos à lei e à chamada deontologia, que em outras ocasiões o sindicato dos jornalistas gosta tanto de invocar.